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Bird afirma que Brasil tem condições de manter taxa de juros em queda

Prevendo para o Brasil um crescimento econômico inferior a 1,5% em 2003, o economista-chefe do Banco Mundial (Bird), Guillermo Perry, afirmou nesta quarta, dia 3, que o país tem condições para aplicar uma ''redução sustentada da taxa de juros''.

– A política (econômica) do Brasil hoje, em especial a prudente política fiscal que o governo mantém, cria as condições para uma redução sustentada da taxa de juros – disse.

O Banco Central iniciou um forte aperto monetário em outubro de 2002, para conter a escalada dos preços daquele ano. Em meio a pedidos e críticas do setor produtivo e do próprio governo, o Comitê de Política Monetária (Copom) iniciou a queda dos juros em junho, derrubando-os de 26,5% para 22%.

Perry afirmou que o "crescimento será relativamente baixo este ano no Brasil, provavelmente não superior a 1,5%, mas ele pode voltar a acelerar para 3% ou mais no próximo ano''. Segundo o economista, esse número é apenas uma "linha geral''.  Guillermo Perry acrescentou que estimativas de que o Produto Interno Bruto (PIB) avançará apenas 0,5% são "demasiado pessimistas''.

O BC prevê uma expansão de 1,5% a 1,8%. Analistas e economistas, entretanto, estão reduzindo as previsões para o ano após o país entrar em recessão no segundo semestre.

O Bird divulgou nesta quarta o relatório sobre a economia mundial, "Perspectiva Econômicas Globais 2004'', no qual prevê que a expansão de toda a América Latina em 2003 será de 1,8%. O banco não faz prognósticos por país.

O economista não quis ser mais preciso sobre a velocidade de redução da Selic, mas acrescentou que "foram dadas as condições para uma redução sustentável''.

Perry também disse que pode ser conveniente para o Brasil negociar um novo acordo do tipo "stand by'' com o Fundo Monetário Internacional (FMI), se for preciso. Um novo programa substituiria o atual de US$ 30 bilhões, que vence no fim do ano.

Muitos países têm acordo com o Fundo mesmo sem realizar desembolsos, acrescentou.

– Eu não diria que (um acordo) é necessário. O Brasil provavelmente não o necessita, mas seria conveniente – analisa.

As informações são da agência Reuters.


 
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