| 05/02/2001 21h28min
Os Estados Unidos se comprometeram em realizar a análise de risco do rebanho bovino brasileiro em menos de seis semanas, no intuito de retomar as importações do país, principalmente de carne industrializada. Esse foi um dos resultados da reunião que o ministro da Agricultura, Marcus Vinícius Pratini de Moraes, teve nesta segunda-feira com a sua colega norte-americana, Ann Veneman, em Washington, quando demonstrou que o Brasil é livre da encefalopatia espongiforme bovina, a doença da vaca louca. Além disso, o governo americano se comprometeu a não retirar os produtos brasileiros que já se encontram nas prateleiras dos supermercados, ao contrário do que fez o Canadá. O Canadá cancelou as importações de carne do Brasil na última sexta-feira, levando os outros parceiros do Nafta (Estados Unidos e México) a tomarem a mesma medida. A alegação é de que ainda não recebeu todas as informações solicitadas ao Brasil sobre o controle de doenças. O ministério afirma que encaminhou as informações na última quinta-feira. A expectativa do ministério é de que o governo americano retome os negócios – que chegaram no ano passado a US$ 352 mil em carne in natura e US$ 82,5 milhões em carne industrializada – antes mesmo do Canadá. Se por um lado o ministro espera contar com a pressão dos empresários norte-americanos para que os negócios sejam retomados, por outro também o Ministério das Relações Exteriores resolveu alertar o Canadá para as conseqüências de uma atitude considerada intempestiva. Em nota à imprensa, o ministro das Relações Exteriores, Celso Lafer, afirmou que caso o Canadá persista em atos com o efeito de prejudicar o comércio exterior do Brasil, o governo brasileiro se reserva o direito de tomar as medidas que julgar convenientes. Pratini não confirma que recorrer à Organização Mundial do Comércio (OMC) seria uma dessas medidas, mas defende que, se for o caso, o país deve tomar a iniciativa que tiver ao seu alcance.
CAROLINA BAHIA© 2009 clicRBS.com.br ? Todos os direitos reservados.