| 22/07/2003 07h29min
O governo da Argentina vai colocar à disposição da Justiça todos os arquivos em poder de suas forças de segurança relacionados com o atentado contra uma associação judia realizado em 1994. Os documentos podem conter informações valiosas para esclarecer o caso.
O anúncio, que ocorre nove anos após o ataque contra a Associação Mutual Israelita Argentina (Amia), foi feito nessa segunda, dia 21, após uma reunião entre o presidente argentino, Néstor Kirchner, e autoridades da comunidade judia.
– O presidente da nação decidiu suspender todo tipo de segredo dos arquivos que têm a ver com a Polícia Federal, a Autoridade Naval e com a Gendarmeria (polícia de fronteiras) em relação ao caso Amia – disse o ministro da Justiça argentino, Gustavo Béliz, em entrevista coletiva.
A assinatura do decreto soma-se à abertura de documentos secretos da Central de Inteligência do Estado (Side) realizada por iniciativa de Kirchner, que assumiu a presidência argentina em 25 de maio passado, e a autorização para que agentes deste organismo prestem depoimento ao juiz da causa.
Participaram da reunião com Kirchner, autoridades da Delegação de Associações Israelitas (Daia), familiares de vítimas do ataque e o presidente da Amia, Abram Kaul.
O atentado foi realizado em 18 de julho de 1994, durante a presidência de Carlos Menem (1989-1999), que foi acusado por um ex-espião iraniano de cobrar um suborno do governo do país muçulmano para encobrir os autores do ataque. A acusação foi negada pelo ex-presidente. O ataque, o pior na história argentina, deixou um saldo de 85 mortos e centenas de feridos.
Em março de 1992 a Argentina foi alvo de outro ataque contra a embaixada de Israel, onde morreram pelo menos 17 pessoas. Ninguém foi preso pelo ataque.
As informações são da agência Reuters.
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