| 07/07/2003 10h13min
Em entrevista ao programa Bom Dia Brasil, da Rede Globo, o ministro da Previdência, Ricardo Berzoini, negou nesta segunda, dia 7, que o sistema previdenciário possa ser privatizado.
– Em vários países cujo governo é neoliberal, houve a privatização do sistema. Mas o governo Lula trabalha em outra direção. O presidente quer a preservação do sistema público bem organizado e sustentável, que não produza efeitos nocivos ao orçamento público. Por isso trabalhamos com uma reforma que não visa à privatização – explicou Berzoini.
O ministro advertiu que se a reforma não for realizada, no futuro, é possível que o orçamento estoure e outras facções políticas proponham a privatização.
– Se as medidas não forem tomadas, evidentemente no futuro teremos um estrangulamento do orçamento e com certeza outras propostas de reforma podem vir à tona. Apesar do governo Lula ter uma política de preservação do sistema público, nem todas as posições políticas do país têm a mesma concepção – afirmou.
Além disso, Berzoini destacou que um dos objetivos da proposta governista é evitar que o trabalhador se aposente precocemente. Ele disse que a intenção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva é fazer com que o trabalhador se aposente “numa idade mais justa”.
– O fundamental é que tenhamos a aposentadoria numa idade razoável. No mercado privado no INSS, temos uma relação íntima com o mercado de trabalho, por isso não estamos propondo mudanças. Já no setor público temos uma distorção. Muitas vezes se permite que um trabalhador jovem, de 48 anos para mulheres e 53 para homens, se aposente e passe todo resto da sua vida remunerado pelo estado. Queremos que aposentadoria aconteça numa idade mais justa, como é em outros países. A regra de transição tem por objetivo evitar que o trabalhador tenha o incentivo de se aposentar precocemente e prosseguir a carreira dentro do serviço público – explicou Berzoini.
Sobre as mudanças na proposta da reforma da Previdência, Berzoini disse que fazem parte de um processo natural e que não há risco do plano ser “deformado”. Ele declarou ainda que o sistema previdenciário do Judiciário pode sofrer alterações.
As informações são da Globo News.
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