Semana Farroupilha | 17/09/2011 08h08min
A fumacinha saindo da chaminé do pequeno fogão à lenha chama a atenção de quem passa pelo espaço destinado ao artesanato dentro do Acampamento Farroupilha. Trata-se do hobby que há oito anos virou a profissão de Nilton Costa, 58 anos, de São Leopoldo.
– Com 50 anos, saí da empresa onde trabalhava e tinha que achar um meio de vida. Hoje, eu vivo de artesanato e vivo muito bem - conta Nilton, diante da miniatura do fogão de barro, um porta-incenso à moda gaudéria.
Apaixonado pelas tradições, ele deu início à produção de peças ouvindo Jayme Caetano Braun.
Uso de material reciclado
E é num galpão de costaneira construído nos fundos de casa que ele cria ranchos, cozinhas campeiras, churrasqueiras, galpões crioulos, tudo em miniatura. O trabalho em madeira - riquíssimo em detalhes, em algumas peças há até mesmo uma costela gorda no espeto - custa entre R$ 15 e R$ 390.
– Cerca de 70% do nosso material é reciclado. Usamos também pinus, madeira de reflorestamento - explica a mulher dele, Isabel Cristina Costa, 49 anos.
Além de expor o trabalho há três anos na Feira Farroupilha, no Acampamento, Nilton também está, aos domingos, no Brique da Redenção. O artesanato também é vendido em lojas e feito sob encomenda.
Cuias, bombas...
Entre os 60 estandes da feira, o visitante enche os olhos com tantos artigos tradicionalistas, de bazar, móveis rústicos, entre outras opções. Para o mate,
por exemplo, o vivente pode encontrar cuias a partir de R$ 10. Já as bombas custam a partir de R$ 5, e as mateiras, R$ 40. No estande no qual trabalha a artesã Denise Briasco, a gravação na cuia ou na mateira sai de brinde.
Provas campeiras no parque
Cincha apertada, cavalo encilhado, esporas ajustadas: sob um solaço de deixar gaúcho tonto, começaram na sexta-feira as provas de luxo do Acampamento Farroupilha de Porto Alegre. Até domingo, a arena do Parque Maurício Sirotsky Sobrinho receberá os melhores cavaleiros da região para confrontos campeiros que prometem agitar a peonada e deixar as prendas de queixo caído.
Escondido atrás da barba cultivada por duas décadas, o peão caseiro Eloi Marques Rodrigues, 68 anos, observou cada laçada com o olhar de quem entende do ofício.
– Para laçar boi vivo, não basta ter boa pontaria. Tem que ter cavalo bom. Pode até ser matungo, magrelo, pelo ralo - discursou o gaudério nascido em Caçapava do Sul.
As provas campeiras mais esperadas são os tiros de laço, que premiarão os melhores cavaleiros com as taças Cidade de Porto Alegre, 20 de Setembro e Semana Farroupilha.
As inscrições são feitas na hora. Dependendo da categoria, o valor varia de R$ 20 a R$ 60. Para participar, os competidores precisam estar pilchados.
PROGRAMAÇÃO
Sábado
9h - Laço Raspadinha e Laço Taça 20 de setembro (dupla)
16h - Laço Vaca Parada
18h - Gineteada (classificatória)
Domingo
9h - Laço Raspadinha, Laço Taça Semana Farroupilha e Laço Vaca Parada
18h - Gineteada (final)
Galpão da RBS
Programação
17 de setembro
7h - Super Sábado - Rádio Gaúcha
11h - Programa do Gugu - Rádio Farroupilha
14h - Show de Bola - Rádio Gaúcha
20h - Entrevero Rural - Rádio Rural
18 de setembro
6h - Galpão do Nativismo - Rádio Gaúcha
15h - Show Rádio Farroupilha - Rádio Farroupilha
Vê se aprende, tchê!
La pucha - Exprime surpresa, espanto. O mesmo que La fresca ou He! Pucha!
Lambe-esporas - O bajulador, puxa-saco, adulador.
Lança - Usada nas cargas de cavalaria, era a arma mais temida pelos imperiais.
Limpa-banco - Diz-se da música animada, como o vanerão. As pessoas
não param sentadas, estão sempre querendo dançar.
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