| 09/01/2001 20h21min
A instalação de barreiras sanitárias na fronteira do Rio Grande do Sul com a Argentina, interferindo no trânsito internacional, não pode ser feita pela Secretaria da Agricultura. O aviso é do Secretário de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Luiz Carlos de Oliveira, ao afirmar que esse tipo de fiscalização é de competência federal. Oliveira ainda diz que o ministério não considera as barreiras necessárias porque todos os dados provenientes da Argentina informam que não houve foco de aftosa nas províncias de Entre-Rios e Corrientes. Documento explicando esse ponto de vista do governo federal à Secretaria da Agricultura foi enviado nesta terça-feira ao Estado. A Secretaria da Agricultura instalou oito barreiras sanitárias na fronteira na manhã de segunda-feira. Apesar dos rumores da existência de foco no país vizinho não terem sido confirmados, a secretaria tomou medidas preventivas de desinfetar veículos e fiscalizar a entrada de produtos de origem animal e vegetal provenientes do país vizinho. O secretário federal diz ainda que está apenas esperando o relatório sobre os acontecimentos no Estado, feito pela delegacia regional, para encaminhar a análise à consultoria jurídica do ministério. O objetivo é saber se há alguma ação legal a ser tomada contra a colocação de barreiras pela Secretaria da Agricultura. Enquanto isso não ocorre, Oliveira afirma que as pessoas que se sentirem prejudicadas pela fiscalização hoje existente podem recorrer à Justiça. O secretário da Agricultura, José Hermetto Hoffmann, afirmou que o Estado não vai recuar enquanto houver informações ou boatos de aftosa na Argentina. Ele disse estar surpreso com a reação do Ministério da Agricultura. Disse estranhar que o governo federal não tenha com a Argentina o mesmo rigor que teve com o Rio Grande do Sul quando surgiram os focos de Jóia.
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