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O governo sofreu nesta terça, dia 24, uma derrota histórica no plenário do Senado que rejeitou, por 40 votos contrários e 23 favoráveis, a indicação do nome de Luiz Alfredo Salomão para a diretoria da Agência Nacional do Petróleo (ANP). Essa era a primeira indicação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para uma agência reguladora.
É também a primeira vez que um nome indicado para diretorias de agências reguladoras é negado pela Casa. Surpreso, o líder do governo no Senado, Aloízio Mercadante (PT-SP), não soube explicar o que aconteceu. Sem argumentos, coube a ele criticar a votação secreta que acontece nestes casos.
– A culpa é do voto secreto que é pouco democrático – afirmou.
O sentimento de traição também atingiu o líder governista porque nos 40 votos contrários ao nome de Salomão – que já foi do PDT – é certo que estão senadores da base aliada. A oposição no Senado soma apenas 28 dos 82 senadores da Casa.
Salomão, que foi deputado e deputado-constituinte pelo PDT do Rio de Janeiro, é desafeto do PMDB e do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP). Economista e engenheiro, Salomão foi secretário de Indústria, Comércio, Ciência e Tecnologia no governo de Leonel Brizola no Rio. Hoje ele é filiado ao PT, sem qualquer mandato.
Em 13 de maio, a Comissão de Serviços de Infra-estrutura do Senado aprovou por unanimidade a indicação de Salomão como membro do Conselho Diretor da ANP. A mensagem do presidente Lula deveria, então, passar pelo plenário do Senado para posterior publicação no Diário Oficial da União.
Aproveitando a briga de Salomão com Sarney, a oposição se uniu aos senadores do PMDB para derrotar a indicação.
– Sarney quis aplicar uma vingança em um antigo algoz – disse um senador que não quis ter seu nome divulgado.
As diferenças com o PMDB vêm da época da Constituinte em 1988, quando Salomão teve desentendimento com partidários de Sarney.
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