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O presidente da Argentina, Néstor Kirchner, pediu ao secretário de Estado norte-americano, Colin Powell, que faça pressão por um acordo de longo prazo entre as instituições multilaterais de crédito e o país, que busca sair de uma extensa crise econômica.
Kirchner recebeu Powell na sede do governo e ambos se reuniram durante uma hora nesta terça, dia 10. Esta foi a primeira visita de um representante de alto escalão do governo dos Estados Unidos desde a crise da economia do país.
No final do encontro, o chanceler argentino, Rafael Bielsa, afirmou que Kirchner introduziu o conceito de uma negociação de longo prazo, não de uma negociação de conjuntura que somente permitiria resolver o problema momentaneamente.
A Argentina conseguiu em janeiro, após um ano de negociações, um acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI) para rolar US$ 6,7 bilhões em dívida até agosto. Com o fim do prazo, Kirchner quer um pacto extenso e não de curto prazo.
– Nesse sentido, o secretário de Estado esteve totalmente de acordo. A negociação da dívida não deve caminhar através do adiamento dos prazos e vencimentos para que o próximo governo encontre-se com os mesmos problemas deste – afirmou Bielsa.
No acordo atual, o FMI aceitou adiar as dívidas que venciam até agosto, mas ainda não foi planejado um novo programa de financiamento integral que livre o país da pressão de pagar vencimentos multimilionários.
Os mercados especulam que poderia haver um acordo de curto prazo até dezembro entre a Argentina e o FMI e que somente depois seria negociado outro de maior prazo. Powell foi questionado se apoiaria uma negociação para um acordo deste tipo com o FMI, mas depois de responder outras perguntas, ele não tocou no tema.
Bielsa insistiu que na negociação com o FMI o país vai buscar compromissos com os quais os argentinos possam pagar sem devastar sua própria população. A boa vontade dos EUA, principal contribuinte do FMI, é crucial. Um acordo de longo prazo daria maior tranquilidade aos credores privados para renegociar a dívida com a Argentina e retornar aos mercados financeiros.
A visita de Powell pode dar como encerrado um capítulo obscuro das relações bilaterais que começou com a declaração da moratória, já que boa parte dos bônus do país está nas mãos dos grandes bancos norte-americanos. A recusa de Eduardo Duhalde, antecessor de Kirchner, de condenar a situação dos direitos humanos em Cuba e sua oposição à guerra no Iraque deteriorou a relação entre Washington e Buenos Aires antes da posse de Kirchner.
Com informações da agência Reuters.
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