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O acordo de livre comércio fechado entre os Estados Unidos e o Chile nesta sexta, dia 6, pode impulsionar a liberalização, mas, para o Mercosul, este não é o modelo que deve ser seguido nas negociações da Área de Livre Comércio das Américas (Alca), disse Tovar Nunes, coordenador geral do Itamaraty para as negociações da Alca do Ministério das Relações Exteriores.
– Evidentemente compete a cada país negociar o que lhe parece melhor para sua política comercial. (O acordo entre o Chile e os EUA) pode contribuir para um ambiente de liberalização no hemisfério – disse Nunes.
Ele acrescentou, no entanto, que o país nunca considerou nenhum acordo como modelo.
– Cada situação é uma situação distinta. O Brasil e o Mercosul vêem que a situação é diferente, bilateral, não há nenhuma ligação (entre o pacto Estados Unidos-Chile e as aspirações do Mercosul em termos de acesso ao mercado norte-americano) – acrescentou.
Nunes ressaltou, ainda, que não seria correto afirmar que o acordo entre os EUA e o Chile tem mais ou menos substância do que o país pretende obter na Alca ou na Organização Mundial do Comércio (OMC). O Brasil e os vizinhos Paraguai, Uruguai e Argentina almejam maior acesso ao mercado norte-americano, principalmente para os produtos agrícolas, além do fim dos subsídios do governo dos EUA a seus produtores, em um acordo que contemple também assuntos como a aplicação de normas antidumping – cláusula não incluída no tratado entre EUA e Chile.
O acordo do Chile com os EUA reduzirá a zero os impostos para quase todos os US$ 3,3 milhões que o Chile exporta anualmente para o maior mercado mundial. O acordo foi reconhecido por ambos os governos como uma espécie de modelo para as negociações da Alca, que devem terminar em 2005.
Em maio, o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, se reuniu em Brasília com o representante de comércio dos Estados Unidos, Robert Zoellick, e disse que o modelo entre o país andino e os americnaos não é necessariamente o modelo que o governo dos EUA quer para a Alca.
Na mesma linha, o vice-ministro de assuntos econômicos da chancelaria do Paraguai, Rigoberto Gauto, disse nesta sexta em Assunção que o esquema que os Estados Unidos e o Chile estão firmando não é exatamente o que os Estados Unidos e o Mercosul firmariam. Apesar disto, o funcionário se manifestou favorável a um entendimento bilateral entre os EUA e o bloco sul-americano.
O Mercosul tem tentado recentemente uma negociação direta com os EUA, mas Zoellick frustrou esta expectativa ao assegurar que sua prioridade é levar adiante a negociação da Alca.
As informações são da agência Reuters.
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