Semana Farroupilha | 18/09/2010 02h54min
O açougueiro Rafael de Paula Silva, 27 anos, saiu de sua rotina ontem.
Acostumado a atender o público em um supermercado do bairro Vila Nova, em Cruz Alta, no Noroeste, ele visitou a Escola Estadual de Ensino Fundamental Pacífico Dias da Fonseca para ensinar alunos de 1º ano a 8o anos do Ensino Fundamentl a fazer charque. Animados, eles esperavam no pátio da escola.
Ao lado do fogo de chão, panelas e chaleiras incrementavam o cenário. De roupa branca, avental e luvas, Silva pegou as duas peças de carne bovina sem osso, cuidadosamente separadas, e começou a explicação. A forma correta de cortar a carne, o jeito certo de salgar.
Segundo ele, o ideal é que a carne tenha um pouco de gordura, pois, se for muito seca, ficará dura, já que o charque é um processo de desidratação. A carne é aberta, formando a chamada manta. Após, é a hora de salgar dos dois lados.
— Tem que ser com sal fino, que é mais iodado — ressalta o açougueiro.
Por dois dias, o charque ficará descansando. Após, quando a carne já tiver perdido água, volta-se a salgá-la. Mais uma vez a carne descansa por dois dias, sendo salgada novamente. Somente no sexto dia a carne é colocada para secar no vento e no sol, em um ambiente sem odor. Mais três dias e está pronto o charque.
Abnner Marques de Oliveira, 10 anos, natural de Roraima, aprovou a iniciativa. Com a receita decorada, ele disse que vai ensinar para o pai o que aprendeu. Já Tainan de Morais, 15 anos, tinha na ponta da língua a resposta sobre a importância do charque para a economia do Estado no século 18.
— Como não tinha refrigeração, tinham que salgar e secar a carne para ela durar mais tempo — explica.
De roupa branca, avental e luvas, Silva pegou as duas peças de carne bovina sem osso, cuidadosamente separadas, e começou a explicação
Foto:
Leila Endruweit
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