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 | 08/07/2010 14h18min

Delegado chama Bruno de "monstro" e afirma que goleiro estava no local do crime

Edson Moreira reafirmou convicção de que vítima foi morta asfixiada e detalhou o caso

Atualizada às 14h18min

O chefe do departamento de Investigações da Polícia Civil de Minas Gerais, Edson Moreira, informou nesta quinta-feira que Eliza Samudio foi executada por um ex-policial. O suposto executor é Marcos Aparecido dos Santos, conhecido pelo apelido "Bola". Ele, que é dono da casa onde foram feitas buscas na quarta-feira, já teve a prisão temporária pedida.

— O "Bola" é um ex-policial civil que fazia adestramento de cães. Ele sabe como fazer as coisas. Há fortes indícios de que ele tenha fugido durante as buscas — afirmou.

Segundo a investigação, o suposto assassino também seria o responsável pelo desaparecimento do corpo da vítima. Moreira reafirmou a convicção de que a ex-amante de Bruno está morta.

— Foi um crime planejado e friamente executado. Eliza Samudio está morta — enfatizou.

— Bruno estava lá na casa (de Neném) e viu a mulher toda estourada. Acompanhou, segundo testemunhas, Eliza para seu sacrifício, para sua morte. Um ídolo como o Bruno, de um grande time, e um monstro pelo que fez com essa moça. O crime foi planejado e friamente executado. Podemos concluir que Eliza está morta — completa Moreira.

"Não aguento mais apanhar"

O delegado também detalhou a execução de Eliza e disse que a versão apresentada pelo adolescente 17 anos é "80% verdadeira". Segundo o jovem, a vítima foi atingida por coronhadas e submetida a agressões durante o tempo em que esteve no sítio do goleiro Bruno.

No momento do assassinato, ela estaria com as mãos amarradas e repetia: "não aguento mais apanhar".

O executor teria respondido: "você não vai mais apanhar, você vai morrer". Então, teria asfixiado a ex-amante do goleiro.

— O menor chorou compulsivamente lembrando da cena. Os detalhes estão se encaixando e as provas estão fortalecidas — disse Moreira.

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Cerveja após a execução

Ainda de acordo com o delegado Edson Moreira, o goleiro Bruno teria demonstrado tranquilidade após a morte de Eliza. A vítima teria sido executada por volta das 23h na presença de todos os envolvidos no crime (Bruno, o adolescente de 17 anos, o executor "Bola" e um primo do jogador).

"Bola" teria levado o corpo de Eliza para algum lugar desconhecido. Em seguida, uma mala com os pertences de Eliza teria sido incendiada e o goleiro ido até a varanda do sítio beber cerveja.

Goleiro passou a noite preso

Denunciado pelo sequestro de Eliza Samudio em 2009 e suspeito de mandar matar a ex-amante, o goleiro Bruno passou a noite em uma cela da Delegacia de Homicídios do Rio de Janeiro. Calmo, o jogador foi filmado conversando com o amigo Luiz Henrique Ferreira Romão, o "Macarrão". Ele demonstrou preocupação com o seu futuro:

— Agora eu acho que as coisas ficaram muito mais difíceis. No Brasil, para mim (...) se eu tinha esperança de disputar a Copa de 2014, acabou. Isso sou eu falando — disse o atleta.

Transferência e depoimento

O goleiro Bruno e o amigo Macarrão devem ser transferidos para Minas Gerais ainda nesta quinta-feira. Um avião está à disposição dos suspeitos e aguarda apenas a autorização judicial para levá-los. O jogador informou a polícia que só prestará esclarecimentos sobre o desaparecimento de Eliza Samudio em juízo.

Flamengo suspende contrato

Uma comissão criada pelo Flamengo para tratar do caso do goleiro Bruno decidiu suspender temporariamente o contrato do goleiro até a conclusão do inquérito. O forncecedor de material esportivo do jogador, Olympikus, também suspendeu o contrato com o goleiro. 

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