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O presidente argentino Eduardo Duhalde pediu neste sábado, dia 17, prudência aos dirigentes políticos que já começaram a criticar Néstor Kirchner, que em 25 de maio assumirá a presidência de um país que vive em crise política há mais de dois anos.
– Eu aconselharia a esses dirigentes que sejam mais prudentes, já que estamos diante de uma oportunidade, a oportunidade não é para Kirchner, é para a Argentina – disse Duhalde em seu habitual programa de rádio.
Na semana passada líderes das forças de oposição criticaram Kirchner por seu estilo de administração serena na província de Santa Cruz, que governa desde 1991.
– Acredito que temos que esperar um pouco, as críticas do setor político, da mídia. Deve-se atuar de outra maneira – acrescentou Duhalde.
Enquanto o atual presidente o defende, Kirchner está em sua província pensando em quem integrará seu gabinete, que deve ser anunciado na próxima semana. Em várias oportunidades Kirchner tentou reduzir as expectativas de que nos primeiros dias de seu governo vá lançar medidas "messiânicas" para resolver a maior crise econômica e social da história argentina.
O ministro da Economia, Roberto Lavagna, já advertiu que não se deve esperar um "pacote de medidas" após Kirchner assumir o cargo. Assim, o futuro presidente busca distanciar-se de seus antecessores que a cada dia anunciavam medidas polêmicas que mantinham os argentinos tentando adivinhar qual seria o futuro.
– As mudanças estruturais não podem ser feitas da noite para o dia sem custos muito altos – disse no sábado a uma rádio o chefe de campanha de Kirchner, Alberto Fernández.
Kirchner chegará ao poder sem ter que enfrentar Carlos Menem no segundo turno, já que seu rival retirou a candidatura nesta semana. O futuro presidente teve 22% dos votos no primeiro turno, atrás de Menem – que ficou com 24% do total. Com esses números, Kirchner torna-se o presidente com menor apoio eleitoral que a Argentina já teve.
Apesar disso, Duhalde acredita que Kirchner – a quem apoiou durante toda a campanha eleitoral – terá um "grande apoio popular".
As informações são da agência Reuters.
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