Carlos Menem e Néstor Kirchner foram os candidatos mais votados na eleição presidencial da Argentina realizada neste domingo, dia 27, segundo os primeiros números de pesquisas de boca-de-urna divulgados por canais de televisão. Os dois candidatos, ambos representantes do peronismo, devem disputar o segundo turno da disputa, no dia 18 de maio.

O canal Crónica Televisión e o Grupo Clarín (Canal 13, Todo Noticias e Radio Mitre) colocaram o ex-presidente Menem com 29% dos votos e o governador da província de Santa Cruz, Kirchner, com 20%. O economista e ex-ministro da economia Ricardo López Murhpy ficou em terceiro nas pesquisas.

As pesquisas, no entanto, discordam sobre os números. Os levantamentos de quatro agências especializadas mostram Menem com algo entre 22% e 31% dos votos e Kirchner com números variando entre 22% e 24%.

Nenhum dos dois candidatos tende a conseguir maioria suficiente, 45%, para ganhar a disputa neste domingo. Pelo menos 90% dos 25 milhões de eleitores argentinos votaram num clima de impressionante tranqüilidade. As ruas de Buenos Aires mostraram pouquíssimas filas e mínimas manifestações de apoio ou desagravo aos candidatos.

O ex-presidente Fernando De La Rúa foi vaiado e xingado depois de colocar seu voto. O mesmo ocorreu com seu "pupilo" Ricardo Lopez Murphy, em manifestações bastante isoladas. Nos bairros de Quilmes e Avellaneda, era impressionante a tranqüilidade das urnas de votação. A tradicional feira do Parque Villa Domínico tinha muito mais gente do que todas as zonas eleitorais juntas.

O historiador José Inacio Garcia Hamilton disse que essas eleições foram as mais atípicas da história argentina.

– São as primeiras eleições sem uma definição ideológica clara – falou, referindo-se ao fato de que dois candidatos peronistas podem disputar o segundo turno.

Os resultados oficiais que permitirão confirmar o segundo turno de Menem contra Kirchner são esperados para as primeiras horas da madrugada.

Com informações da agência Reuters.