Com 99,9% de chances matemáticas de se garantir na Série A do Brasileirão, o Vasco só pensa agora em conquistar o título da segunda divisão. Para obter este êxito, o técnico Dorival Júnior se espelha em outras equipes que privilegiaram a eficiência e deixaram de lado a ideia de dar espetáculo, fato tão exigido pelo torcedor brasileiro.

Ciente da dificuldade que é jogar a Série B, Dorival faz da competitividade a principal virtude de sua equipe. Das 19 vitórias vascaínas na competição, 10 foram por apenas um gol de diferença, inclusive as duas últimas, diante de ABC (3 a 2) e Bahia (2 a 1).

Por outro lado, o clube dificilmente é superado. Foram quatro derrotas na Segundona e apenas seis em toda a temporada, em 58 partidas. À frente do Vasco, Dorival tem 72,4% de aproveitamento dos pontos que disputou. Dentro desta eficácia, o técnico cita o exemplo dos times comandados por Muricy Ramalho, que, apesar de não exibirem um futebol vistoso, sempre estão na luta pelas taças.

– Tem sido a tônica do Campeonato Brasileiro nos últimos anos. O São Paulo conseguiu três títulos dessa forma e ninguém mais lembra disso. O que fica para sempre é a conquista e não se jogou bonito. O que vai adiantar jogarmos bem se não sairmos com o título? A torcida ficará ainda mais inquieta – frisou.

Pela análise do técnico cruzmaltino, clubes grandes como o Vasco sofrem ainda mais quando disputam a segunda divisão. Além da responsabilidade natural a que acabam sendo submetidos, todos os jogos são encarados como a chance da vida dos clubes de pouca ou nenhuma vitrine.

– Vasco e Corinthians enfrentaram campeonatos à parte na Série B. Não é fácil jogar uma competição como essa, com viagens mais longas, pouco tempo para treinar e adversários que jogam contra nós como se fosse final de Copa do Mundo, pois a visibilidade de nos enfrentar é muito maior. Temos de valorizar isso – ponderou Dorival Júnior, consciente.