| 24/10/2009 03h36min
Mário Sérgio é o mestre do despiste. Durante a semana, fechou os portões e orientou o time no esquema 3-5-2, no 3-6-1 e no 4-4-2. Chegou a utilizar 17 jogadores em revezamento no coletivo. Treinou à exaustão a bola aérea defensiva, ensaiando jogadas para que a defesa possa evitar os gols de cabeça do Grêmio.
À imprensa, foi vazada a informação que Daniel seria o lateral-direito (ou ala) e que Marquinhos jogaria ao lado de Alecsandro, no ataque, o que dificilmente vai ocorrer. O Inter para o Gre-Nal deverá atuar no 3-5-2 (que, devido às características dos jogadores, pode transformar-se em um 4-4-2, sistema no qual o Inter disputou todos os Gre-Nais da temporada), com Giuliano como ala, pela direita, com Sorondo na zaga, e com Taison e Alecsandro no ataque.
– No 3-5-2 a equipe fica menos sujeita às bolas altas do adversário – disse
Mário Sérgio.
Em seguida, porém, o técnico
elogiou o 4-4-2.
– Neste sistema, você povoa melhor o meio-campo – ponderou.
Mais tarde, ainda durante a entrevista coletiva, voltou a despistar:
– Mas treinei um esquema só. Escolhi aquele sistema no qual correrei menos riscos no clássico.
Na terça-feira, Mário Sérgio havia declarado que buscava nos treinos secretos uma “surpresa” para vencer o Grêmio. Ontem, porém, reconheceu que a obrigatoriedade da divulgação da escalação 45 minutos antes da partida desmancha qualquer novidade. Ainda assim, vai esconder o time.
– Um bom técnico desvenda as artimanhas de um novo sistema tático em 10 minutos – afirmou.
Apesar da tentativa de confundir adversário e imprensa, Mário Sérgio tem uma convicção sobre o Gre-Nal deste domingo: será um confronto entre vivos.
– Inter e Grêmio estão na briga pelo título, sem dúvida. Ainda mais agora que o Palmeiras está em um momento psicológico difícil
– finalizou.
Não foi para ensaiar alguma
jogada secreta que Paulo Autuori mandou fechar os portões do Olímpico na primeira parte do coletivo de ontem. O que o técnico buscava, enquanto jornalistas e torcedores aguardavam do lado de fora, era privacidade para conversar com seus jogadores. Queria convencê-los de que o Gre-Nal representa a última chance de o Grêmio ser campeão brasileiro.
Isso mesmo. Após afirmar, na tarde do empate em 3 a 3 com o Sport, que seu time era candidato, no máximo, a uma vaga no G-4, Autuori refez a sua opinião. O novo gás foi dado pelo Santo André, ao derrotar o líder Palmeiras, quarta-feira.
– A vitória nos coloca em condições de pensar no título. Não podemos jogar fora esta chance – avisou.
Para ganhar, Autuori aposta no mistério. No coletivo, surpreendeu ao escalar Renato e Herrera como substitutos dos suspensos Tcheco e Maxi López. Na entrevista coletiva, ressaltou sua preferência por um esquema com dois atacantes. Garantiu não ter testado, em nenhum momento, um
esquema com três volantes, em que
Douglas Costa teria liberdade para aproximar-se de Perea, o único atacante. Ainda assim, ficou longe de descartar essa formação, tida como a mais provável em qualquer enquete.
– Aqui no Brasil, temos o hábito de pensar que uma equipe só é treinada no coletivo. Eu prefiro os trabalhos táticos – explica.
A conversa com os jogadores não se limitou ao gramado. Ao antecipar o início da concentração para a noite de ontem, Autuori pretendia assistir com o grupo imagens dos jogos mais recentes do Inter. Queria, em conjunto com seu time, definir qual o melhor modelo de equipe para suplantar Mário Sérgio.
Seja qual for a escalação, ele promete um time ousado. Rejeita a tese de que três volantes configurem uma retranca. Para isso, argumenta que Rochemback é jogador de chegada à frente, para os chutes.
– Minha equipe nunca vai ficar esperando o adversário – garante.
Veja o que já foi dito na semana
Gre-nal:
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