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 | 23/08/2009 05h30min

O fim do mito do melhor grupo do Brasil

Diogo Olivier, colunista online  |  diogo.olivier@zerohora.com.br


Divulgação, VipComm


A derrota por 2 a 1 para o Palmeiras, ontem, foi um bálsamo para o Inter. Se dirigentes, jogadores, comissão técnica e mesmo boa parte dos torcedores refletirem com humildade acerca do que se viu no Parque Antártica, restará apenas uma conclusão.

Nunca passou de mito a história de melhor grupo do Brasil, do exército numeroso e qualificado capaz de vencer tudo na temporada.

Esta descoberta, se bem interpretada, pode mudar o Inter para melhor. Ao retornar à planície dos times considerados de conceito médio para bom, que conquistam cada ponto na tabela à custa de sangue, suor e lágrimas, o time do técnico Tite deixará de tentar resolver tudo pelo meio, na base do toque de bola, algo que nem o Barcelona e o Real Madrid fazem na Espanha.

Alecsandro, por exemplo: ontem tentou um lance de calcanhar tão improvável que nem o doutor Sócrates, especialista no assunto, arriscaria nos anos 80. Mas Alecsandro chegou ao Beira-Rio e, desde então, ouvia todos os dias o mesmo mantra. "O grupo do Inter é o melhor do Brasil, se sai Nilmar tem Alecsandro, se não joga este entra aquele e dá na mesma".

Quando Kléber foi convocado para a Copa das Confederações, dizia-se que nem faria tanta falta assim, por conta de Marcelo Cordeiro, um dos integrantes do "melhor grupo do Brasil". Danny Morais, após alguns erros que vêm se sucedendo este ano (os de ontem, ao cometer o pênalti em Diego Souza no primeiro gol e perder o tempo da bola no segundo, não são isolados, infelizmente), talvez não seja o novo Figueroa ou algo do gênero.

A derrota cheia de erros de passe de ontem, reforçada pela de quarta-feira para o Corinthians, recoloca o Inter ao patamar abençoado de time médio para bom. Nem muito melhor, nem muito pior que os outros postulantes ao título.

Para quem ainda pretende seguir acreditando que o Inter é o melhor grupo de jogadores do futebol brasileiro, é só se fazer algumas perguntas cujas respostas são tão óbvias quanto a necessidade de somar pontos nos dois jogos atrasados, contra Santos (quarta-feira, na Vila Belmiro) e Atlético-MG (2 de setembro, no Beira-Rio). Vamos a elas:

1) Como explicar as carências nas laterais, direita e esquerda, quase na chegada de setembro?

2) Agora mesmo, na ausência de Danilo Silva contra o Santos, por conta do terceiro cartão: existe um reserva da posição?

3) Se Alecsandro não puder jogar, quem entra? Há outro centroavante pronto no grupo?

4) Na primeira função do meio-campo, o titular é Sandro. O reserva é Glaydson. Eles têm qualidade ao menos similar?

5) Para completar: se o grupo era assim tão farto e qualificado, qual a necessidade de contratar reforços como Fabiano Eller, Edu e, se vier mesmo, Cléber Santana?

A derrota para o Palmeiras será útil se o Inter entender que ela derruba de vez o mito do melhor grupo do Brasil. Com os pés no chão e conscientes desta realidade, jogadores, dirigentes, comissão técnica e torcida vão ver que a luta pelo título vai ficar até mais fácil.


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