A Comissão Pró-duplicação da BR-101, formada por políticos e entidades do sul catarinense, além de outros representantes da região, decidiu paralisar a rodovia assim que vencido o prazo de retomada do edital, após 31 de maio. A decisão é a mais radical das quatro ações deliberadas em uma reunião nesta terça, dia 8, na Câmara dos Vereadores de Tubarão.

A reunião, que teve discursos inflamados e até lágrimas, decidiu não fixar data ou local para a paralisação. Assim, a rodovia não ficará vazia com o anúncio do protesto, como ocorreu em junho do ano passado em uma paralisação em Laguna. Antes de deflagrar o protesto, a comissão planeja priorizar outras três ações.

A primeira é mobilizar os três governadores do sul do país para que solicitem uma audiência com os ministros dos Transportes e da Fazenda, além do presidente Lula. Uma comitiva de deputados e representantes da comissão iria a Brasília para negociar a duplicação.

A comissão quer também sensibilizar os deputados federais dos três estados para que obstruam a votação na Câmara Federal, votando contra os projetos governistas como forma de protesto. A intenção é fazer frente ao governo federal para forçar o ministro dos Transportes, Anderson Adauto, a se pronunciar sobre a duplicação da rodovia antes do prazo estabelecido para a retomada do edital.

A comissão planeja ainda trazer as reuniões do Fórum Parlamentar para a Duplicação da BR-101, composta por deputados federais e senadores, para a região.

Políticos, líderes comunitários e participantes da reunião discursaram lembrando as vítimas de acidentes na rodovia. O diretor da Federação das Empresas de Transporte de Carga de Santa Catarina, Pedro Lopes, lembrou a também o prejuízo econômico. Segundo Lopes, a perda mensal das transportadoras catarinenses chega a R$ 18 milhões com a má conservação da rodovia.