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 | 17/03/2003 08h29min

França, Rússia e Alemanha reafirmam posição contrária à guerra

França, Rússia e Alemanha voltaram a reafirmar a posição contrária a uma possível nova resolução norte-americana na Organização das Nações Unidas (ONU) que autorizaria o uso da força para o desarmamento no Iraque. Em entrevista nesta segunda, dia 17, à rádio Europe 1, o chanceler francês, Dominique de Villepin, afirmou que seu país ''não pode aceitar a resolução que está sobre a mesa, a qual impõe um ultimato e prevê o uso automático da força''.

O vice-chanceler russo, Yuri Fedotov, afirmou à agência Interfax que a nova proposta apresentada por Estados Unidos, Grã-Bretanha e Espanha também não tem nenhuma chance de ser aprovada.

– Não consideramos necessária uma segunda resolução – afirmou.

O primeiro-ministro alemão Gerhard Schroeder também disse que não concordaria com resolução das Nações Unidas legitimando a guerra contra o Iraque. Segundo ele, deveria ser dado mais tempo aos inspetores da ONU. A China também se manifestou hoje contra a guerra no Iraque. A chancelaria chinesa disse em Pequim que é preciso trabalhar pela paz.

Nesse domingo, dia 16, o presidente norte-americano, George W. Bush, disse que "esta segunda será a hora da verdade para o mundo''. Ele se referia à reunião do Conselho de Segurança marcada para 10h (12h em Brasília). Washington e Londres acusam o Iraque de possuir armas de destruição em massa e não colaborar com a ONU em sua eliminação. O ditador Saddam Hussein, que nega ter armas proibidas, prometeu reagir a uma possível guerra com ações em todos os lugares do mundo, "seja no céu, na terra ou na água''.

Por causa do conflito iminente, os observadores da ONU que trabalham junto à fronteira entre Kuwait e Iraque anunciaram que suspenderam todas as operações na zona desmilitarizada, que deve necessariamente ser atravessada pelos soldados ocidentais em caso de invasão. O ultimato de segunda-feira para que a ONU aprecie a resolução foi imposto no domingo por Bush após uma cúpula de emergência nos Açores (Portugal) com os primeiros-ministros da Grã-Bretanha, Tony Blair, e da Espanha, José María Aznar.

Bush deixou claro que, se o Conselho não aprovar a resolução, os Estados Unidos e seus aliados vão invadir o Iraque sem o aval da ONU. Após várias semanas de pressão diplomática sobre os demais 12 membros do Conselho, o trio reunido nos Açores só conseguiu um apoio, o da Bulgária. Para aprovar a resolução seriam necessários nove votos e nenhum veto.

Esse veto pode partir da Rússia ou, principalmente, da França, que quer dar pelo menos mais 30 dias para os inspetores de armas da ONU no Iraque. A Alemanha, que também afirma ser contra a guerra, não tem o poder de barrar um nova resolução na ONU. As informações são da agência Reuters.

 
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