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 | 25/11/2008 11h36min

SC tem 30 desaparecidos, mas número pode ser maior

Maior preocupação são os deslizamentos, segundo o diretor da Defesa Civil catarinense

Além de 65 mortos e dos mais de 52 mil desabrigados e desalojados, o Estado de Santa Catarina tem ainda 30 pessoas desaparecidas, sobretudo por conta dos deslizamentos de terra na região. São sete em Blumenau, nove em Gaspar e 14 em Ilhota, todos municípios do Vale do Itajaí. Entretanto, o número, de acordo com o major Márcio Luiz Alves, diretor da Defesa Civil catarinense, está aquém da realidade.

— Não é nenhum pessimismo. Há famílias soterradas sobre as quais não temos nem notícias. Esses desaparecidos (30, oficialmente) são fruto de pessoas que nos informaram. Quantos são os soterrados que ninguém sobrou da família ou as pessoas que estão sem comunicação? É uma situação desesperadora — afirmou, em entrevista ao programa Revista Brasil, da Rádio Nacional.

Alves destacou que o clima no Estado começa a ficar favorável, uma vez que as chuvas, apesar de não terem cessado ainda, seguem mais fracas. O nível do Rio Itajaí-Açu, que chegou a atingir 12 metros acima do normal, baixou para oito metros acima — faixa, segundo o major, considerada fora da cota de alerta.

— A situação ainda é crítica porque temos diversas áreas isoladas e muitas pessoas soterradas e desaparecidas. Temos em um parque aquático 600 pessoas, entre crianças, jovens e idosos, que estão isolados desde sexta-feira, com dificuldades de alimentação e medicação. Ontem, chegamos ao local com helicóptero, levamos médicos e alimentação e mandamos um coordenador para que consiga controlar essas pessoas que não querem, de qualquer forma, sair, porque seria muito perigoso.

De acordo com Alves, os deslizamentos de terra continuam na região e os desabamentos devem seguir por pelo menos mais 10 dias. Ele avaliou que as encostas "parecem sorvete", uma vez que se desmancham a todo momento. Algo que Alves, em 17 anos de carreira na Defesa Civil de Santa Catarina, afirma jamais ter visto.

— Nossa maior preocupação não são mais as águas, mas os deslizamentos. Dez dias é o que nós imaginamos que o solo ainda estará instável e possa provocar deslocamentos. Estamos recebendo especialistas em geologia, pessoas renomadas, para que nos dêem um aporte de tecnologia e uma avaliação adequada de segurança.

Ele lembrou que foi instalado um centro de comando aéreo no município de Navegantes, que conta com um total de 14 aeronaves.

— Temos médicos, alimentos e água. O problema é como fazer para chegar (nas áreas atingidas).

Comunidades isoladas

Alves afirmou que a Defesa Civil local já tentou acesso às comunidades isoladas até mesmo por meio de carros-anfíbios e de tanques de guerra de propriedade do Exército, mas não teve sucesso.

— O alerta foi feito no momento certo, as questões meteorológicas têm sido acompanhadas. Não era previsível porque o problema foi de deslizamento, uma situação que não é comum para Santa Catarina. No universo de mortes, apenas uma pessoa morreu afogada, no município de Bom Jardim da Serra. Os outros morreram soterrados. O desastre principal aqui não são as enchentes, são os deslizamentos, o colapso total das encostas do Vale do Itajaí, algo, para nós, inédito.

Diante da proximidade do recesso de fim de ano e das férias coletivas em janeiro, o major alertou turistas de todo o país que não visitem Santa Catarina pelo menos nos próximos 10 dias — sobretudo o litoral, região mais castigada pelos temporais. Mas, segundo ele, o Estado estará pronto para receber visitantes no verão.

— O governo federal já sinalizou com recursos para que isso ocorra. Pedimos aos nossos turistas que, nos próximos dias, não venham a Santa Catarina. E, se precisarmos de mais 10 dias, vamos pedir. É uma questão de responsabilidade.

AGÊNCIA BRASIL
 
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