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Milhares de manifestantes foram às ruas neste sábado, dia 15, em várias cidades no mundo para pedir que os Estados Unidos dêem uma chance à paz e não corram para uma guerra contra o Iraque. Na maior manifestação do "poder do povo" desde a Guerra do Vietnã, pacifistas da Antártida à Islândia criticaram a postura belicista do presidente George W. Bush.
Na Europa, a mesma mensagem ecoava através do continente. Em Londres, milhares de manifestantes juntaram-se para um protesto com expectativa de atrair 500 mil pessoas, a maior manifestação pela paz na história política britânica.
Na cidade francesa de Toulouse, manifestantes enfrentaram um frio dia de inverno segurando faixas dizendo "sem sangue no petróleo" e "não à guerra pelo petróleo". Na Croácia, centenas de pessoas usando máscaras queimaram a bandeira americana diante da Embaixada dos EUA em Zagreb.
A polícia alemã esperava mais de 100 mil pessoas para uma manifestação no centro de Berlim. Na Itália, dezenas de milhares de pessoas, de adolescentes a aposentados, reuniram-se em Roma para uma manifestação que deveria atrair mais de um milhão de pessoas.
– Olho para Bush, mas vejo Hitler – proclamava a faixa de um manifestante búlgaro em Sofia.
Na Rússia, a faixa de um manifestante em Moscou mostrava uma fotografia do presidente norte-americano com as palavras "açougueiro: saia das terras de outras pessoas."
Na Austrália, cerca de 16 mil ativistas reuniram-se na capital Canberra um dia depois de 150 mil manifestantes terem protestado na cidade de Melbourne, sul do país, naquele que foi o maior protesto na Austrália desde as marchas contrárias à Guerra do Vietnã 30 anos atrás.
Na Nova Zelândia, milhares de pessoas marcharam pelo centro da principal cidade do país, Auckland, enquanto um avião carregava uma faixa gigante onde se lia "Não à guerra, paz agora."
Na Coréia do Sul, mais de 2 mil pessoas na capital Seul gritavam ''Bush, terrorista'' e 'parem a guerra". Na Malásia, majoritariamente muçulmana, cerca de 500 manifestantes reuniram-se diante da Embaixada dos Estados Unidos em Kuala Lumpur. Os paquistaneses também carregaram bandeiras brancas e cartazes dizendo não à guerra e pedindo a paz. Alguns acusavam Bush e Blair de terroristas.
As manifestações com grande participação ocorreram por todo o planeta, com mais de 600 cidades programadas para dizer não à guerra. Os manifestantes receberam estímulo na sexta quando o chefe dos inspetores de armas da Organização das Nações Unidas (ONU), Hans Blix, disse à ONU ter esperança na eficácia das inspeções no Iraque. As manifestações, por sua vez, oferecem um apoio à própria causa do Iraque.
Mas a voz do protesto calou no Oriente Médio. As manifestações planejadas no Cairo foram limitadas por uma enorme presença policial. As embaixadas dos EUA e da Grã-Bretanha estavam visivelmente com segurança reforçada na capital do Egito.
Exceto algumas manifestações pacíficas no Barein e Iêmen recentemente, não houve virtualmente protestos antiguerra na região conservadora do Golfo Pérsico, onde manifestantes precisam de permissão oficial para ir às ruas.
O vice-primeiro-ministro iraquiano Tareq Aziz, em visita à cidade italiana de Assis para rezar na tumba de São Francisco, afirmou:
– O povo do Iraque quer paz e milhões de pessoas ao redor do mundo estão fazendo manifestações pela paz, então vamos todos trabalhar pela paz e resistir à guerra.
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