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Chanceleres sul-americanos discutirão ação contra guerra

Os países da América do Sul irão se reunir para estudar uma ação conjunta para tentar evitar uma guerra contra o Iraque. A idéia surgiu após uma série de conversas telefônicas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com seus colegas Ricardo Lagos (do Chile), Eduardo Duhalde (da Argentina), e Lúcio Gutierrez (do Equador).

A primeira reunião para discutir essa ação e avaliar as possíveis consequências da guerra sobre a região será realizada apenas com a presença dos ministros das Relações Exteriores. De acordo com o porta-voz da Presidência, André Singer, ainda não foram definidos data e local do encontro.

– A ameaça do conflito já trouxe consequências econômicas negativas – disse Singer – Embora estejamos a quilômetros de distância do palco do conflito, as consequências podem ser ainda mais perversas.

Segundo o porta-voz, as principais preocupações do presidente são uma eventual retração da economia, além da alta do dólar e dos preços internacionais do petróleo. Na quinta-feira, Lula telefonou ao presidente francês, Jacques Chirac, para expressar o apoio do governo brasileiro às posições da França, Alemanha e Rússia contra uma ação militar no Iraque neste momento. Ficou acertado também que os chanceleres discutirão nessa mesma reunião a possibilidade de elaboração uma agenda comum dos países da região para as negociações para a Área de Livre Comércio das Américas (Alca).

– O presidente Lula considera importante estabelecer uma plataforma de negociação conjunta para as negociações dos países da América do Sul frente à Alca – afirmou Singer.

Nesta semana, os Estados Unidos anunciaram uma série de propostas para serem discutidas no âmbito da Alca, que foram, a princípio, consideradas desvantajosas para o Brasil por alguns especialistas. O porta-voz, no entanto, não soube dizer se a idéia de uma ação conjunta sul-americana seria uma reação às posições de Washington.

Na reunião, os chanceleres discutirão ainda o que pode ser feito para se chegar a uma solução pacífica para os conflitos existentes na Venezuela – onde o governo enfrenta uma forte oposição, com seguidas paralisações – e na Colômbia – onde há uma guerra civil em andamento há décadas. Lula já tomou a iniciativa de enviar ao secretário-geral da Organização das Nações Unidas, Kofi Annan, uma carta sugerindo que seja feito um "chamamento" aos grupos armados colombianos para que cessem os conflitos e abram negociações com o governo. As informações são da Agência Reuters.

 
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