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 | 07/09/2008 23h56min

Brasil goleia o Chile em Santiago e espanta a má fase

Luís Fabiano duas vezes e Robinho marcaram os gols da Seleção

Diogo Olivier  |  diogo.olivier@zerohora.com.br

Se for sempre assim, vai ser uma maravilha. Com uma vitória incontestável e superior sobre o Chile por 3 a 0 em Santiago, a Seleção Brasileira espantou a crise que ameaçava a cabeça do técnico Dunga. Quando o jogo começou, ocupava um deprimido sexto lugar. Fora da Copa de 2010, portanto. Ao final, era o orgulhoso vice-líder das Eliminatórias, atrás apenas do Paraguai.

Dessa vez, a Seleção Brasileira teve algo que faltou — ao menos em intensidade — em todas as outras partidas das Eliminatórias Sul-Americanas. Teve atitude, vontade, garra. O craque brasileiro no Chile foi a atitude, curiosamente o centro da polêmica que envolveu o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e tanto incomodou o goleiro Júlio César. Como se sabe, Júlio César irritou-se quando Lula disse que considerava Messi o melhor jogador do mundo pelo fato de ele perder a bola e correr para recuperá-la como um autêntico argentino. Até mandou Lula se mudar com a primeira-dama Mariza Letícia para Buenos Aires.

O fato é que, ontem, mesmo os jogadores raramente afeitos assim às tarefas defensivas viraram disciplinados monges capuchinhos. Assim, Luís Fabiano, Robinho e Diego eram vistos com freqüência no campo defensivo do Brasil, em auxílio aos volantes e zagueiros. Diego, inclusive, fez a sua melhor atuação com a camiseta verde-amarela.

Eles, os homens de frente e Diego também pressionaram a saída de bola dos chilenos. Por isso, inclusive, a dupla de zaga Jara e Estrada parecia tão apavorada. O primeiro tempo foi exemplar. Dunga segurou os alas. Maicon não subiu, e Kléber só apareceu no flanco uma vez — justamente para dar o passe que resultou no pênalti sobre Diego, desperdiçado por Ronaldinho com uma cobrança burocrática. Os volantes Gilberto Silva e Josué jogaram como se houvesse uma cerca eletrificada na intermediária. Em resumo: Dunga armou um bloco defensivo para sustentar o trio Robinho, Luis Fabiano e Ronaldinho na frente.

Os gols foram conseqüência desta estratégia. Aos 21, Ronaldinho cobrou falta e Luis Fabiano desviou de cabeça: 1 a 0. Gol de centroavante. Aos 44, o 2 a 0. Lúcio lança Luis Fabiano, que domina no peito, gira sobre o marcador e entrega a Robinho. Ele ajeita e, de fora da área, marca um golaço, no ângulo. Detalhe: antes disso, Ronaldinho havia perdido pênalti e Maicon, de cabeça, obrigara o goleiro Bravo a operar um milagre. O Brasil poderia ter ido para o intervalo com uma goleada constrangedora para os chilenos. Não foi. E, por isso, sofreu. Não muito, mas sofreu.

Kléber recebeu cartão vermelho logo a 1 minuto, o que deu novo ânimo ao Chile. Empurrado pela torcida e já com o perigoso Valdívia no time, a equipe de Marcelo Bielsa — curiosamente um treinador argentino, apenas para ficar na polêmica Lula x Júlio César — ameaçou. Suazo, que perdera um gol incrível no primeiro tempo, arriscou alguns chutes. Só que, aos 14 minutos, Valdívia aprontou das suas. Após um ano afastado da seleção do Chile por conta de uma festança memorável durante a Copa América, cometeu uma falta desleal, grotesca e bisonha sobre Luis Fabiano. Poderia ter quebrado a perna do brasileiro. Foi expulso na hora.

Assim, aos 14 minutos do segundo tempo, a Seleção Brasileira adonou-se por inteiro da ações. Virou senhor e atirou o Chile na mais absoluta vassalagem. Luís Fabiano (uma atuação de centroavante como não se via desde os bons tempos de Ronaldo Nazário) poderia ter marcado outros dois. Um em lançamento de Diego. Ele encobriu o goleiro, mas o zagueiro salvou. O outro foi em chute da entrada da área. Parecia treino na Granja Comary, só que com o gelo da Cordilheira por perto. Até gritos de "olé" de um punhado de gaiatos brasileiros ecoaram pelo estádio.

Se o árbitro não tivesse errado ao deixar de assinalar um pênalti existente para o Chile a 35 minutos, talvez o panorama mudasse. Mas os chilenos simularam tantas faltas dentro da área que o paraguaio Carlos Torres estava desconfiado. Dois minutos depois, a 37, Luis Fabiano, o centroavante, fez 3 a 0. Uma trombada no zagueiro e um chute certeiro no canto. Era o gol que, no saldo, dava ao Brasil o segundo lugar isolado. Melhor, impossível. Sobretudo porque na quarta-feira, às 21h50min, no Rio de Janeiro, o adversário é a esquálida Bolívia.


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