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A poucas semanas de decidir se entra ou não em guerra contra o Iraque, o presidente norte-americano, George W. Bush, se reúne nesta sexta, dia 31, com seu mais fiel aliado, o primeiro-ministro Tony Blair, da Grã-Bretanha, para discutir uma estratégia que leve ao desarmamento de Bagdá.
O encontro ocorre durante a tarde na residência oficial de Camp David, no nordeste dos Estados Unidos. Em seguida, haverá entrevista coletiva e jantar.
Na fase final de sua ofensiva diplomática, Bush recebeu nesta semana o apoio explícito de oito países europeus, inclusive a Grã-Bretanha. França e Alemanha continuam se opondo ao conflito.
A Casa Branca disse que os dois líderes devem discutir a conveniência de impor um ultimato ao Iraque, mas avisou que uma data específica não deve sair desse encontro. Outro ponto na agenda será como lidar com o Conselho de Segurança da ONU, para quem o secretário de Estado Colin Powell promete apresentar na semana que vem provas contra o regime de Saddam Hussein.
Na quinta, Blair disse que vai pressionar Bush a buscar a aprovação da ONU em uma nova resolução, caso a guerra seja inevitável. As pesquisas mostram que a maioria dos britânicos só aceita a hipótese militar caso haja autorização explícita do Conselho de Segurança. A oposição à guerra vem ganhando as ruas na Grã-Bretanha e é especialmente forte dentro do partido de Blair, o Trabalhista.
Na quarta, nove países do Conselho de Segurança (inclusive França, Rússia e China, que têm poder de veto) pediram mais tempo para as inspeções, retomadas há dois meses.
O porta-voz da Casa Branca, Ari Fleischer, disse que Bush vai ouvir atentamente o que Blair tem a dizer.
– Os dois às vezes discordam em algumas questões. E isso é sinal de uma relação forte e saudável entre duas democracias fortes. E imagino que o primeiro-ministro compartilhe seus julgamentos e sua sabedoria com o presidente – disse Fleischer.
Na quinta-feira, Bush disse que a opção diplomática não ficará aberta por muito tempo. Em conversa com os primeiros-ministros de Portugal e da Suécia, ele avisou que "o tempo está se esgotando".
Também na quinta-feira, ele encontrou o primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, e o chanceler saudita, príncipe Saud Al Faisal. Ele disse que "em nome da paz, esse assunto deve ser resolvido", e que isso é "questão de semanas, não meses".
Analistas dizem que os militares norte-americanos atingirão seu ponto ótimo de preparação na segunda quinzena de fevereiro. O governo diz contar com ofertas de apoio logístico de 22 países.
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