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Greve na Venezuela enfraquece e Chávez promete resistir

Oposicionistas pedem renúncia do presidente ou antecipação das eleições

O presidente venezuelano, Hugo Chávez, garantiu a seus adversários que não vai ceder à pressão para renunciar. Ele teve uma importante vitória com a decisão dos bancos de abandonarem a greve geral da oposição.

Chávez disse que não vai dar anistia aos petroleiros grevistas, a quem acusa de traição. A participação dos petroleiros na greve é especialmente importante porque o país é o quinto maior exportador mundial de petróleo – com o protesto, a produção praticamente parou.

– Nunca vou me render às pretensões da oligarquia – disse Chávez em discurso na localidade de Guasdualito, no sudoeste do país, na noite de quarta, dia 29. – Não dêem ouvidos às histórias das velhas viúvas. Chávez não vai sair.

Após quase dois meses de greve geral, a Venezuela não tem uma perspectiva de resolver a crise. Na sexta, dia 30, os seis países "amigos da Venezuela", liderados por Brasil e Estados Unidos, começam a negociar uma solução.

A oposição, que considera Chávez um ditador, exige a realização de eleições antecipadas e a readmissão dos petroleiros demitidos. Na quarta, eles propuseram uma emenda constitucional que reduza o mandato presidencial e acelere o referendo sobre sua saída. Mas Chávez se recusa a negociar com o grupo que chama de "terroristas".

A proposta de emenda constitucional foi uma das idéias apresentadas neste mês pelo ex-presidente norte-americano Jimmy Carter, Nobel da Paz em 2002. A outra foi a realização de um referendo sobre a permanência de Chávez.

Os executivos da estatal de petróleo PDVSA prometem manter a greve enquanto Chávez resistir, mas em outros setores a adesão vem diminuindo – várias empresas abriram suas portas para evitar a falência. Os bancos comerciais disseram que a partir da próxima semana vão abrir normalmente.

Para combater a greve, Chávez ameaça ocupar à força as instituições, escolas e fábricas que estão parados. Ele já colocou militares em funções que normalmente são feitas por petroleiros. Apesar disso, a produção não voltou ao normal.

Por causa da paralisação no setor, o governo enfrenta dificuldades financeiras que o levaram a anunciar o corte de gastos públicos e decretar feriado cambial. Além disso, o câmbio passará a ser fixo, já que desde o início do ano o bolívar já caiu mais de 24% frente ao dólar, e as reservas nacionais foram reduzidas em mais de 7%.

A oposição, que reúne partidos políticos, empresários e sindicatos, tenta apresentar uma proposta unificada para manter a greve. Como aparentemente agora o governo já recuperou parte do controle da PDVSA, os funcionários da estatal temem pelo seu futuro.

 
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