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 | 01/07/2008 05h44min

Paulo Roberto Falcão: A febre da paradinha

De repente, a paradinha entrou no repertório dos cobradores de pênaltis. Só na última rodada do Brasileirão, três cobranças foram efetuadas desta maneira: Roger para o Grêmio, Alan Bahia para o Atlético Paranaense e Alex Mineiro para o Palmeiras. Em todas elas, os goleiros jogaram-se para um canto e só puderam acompanhar com os olhos a bola entrando suavemente no outro.

Trata-se de uma cobrança especial, que dá novo colorido ao pênalti. Nem tão novo, na verdade, pois a paradinha já foi tema de um grande debate nacional, quando os árbitros passaram a proibir Pelé de executá-la. Na época, era considerada uma deslealdade em relação ao goleiro. Os goleiros ainda se sentem injustiçados. Eles não têm permissão sequer para dar um passo à frente, já entram na disputa do pênalti em absoluta desvantagem e ainda têm que suportar uma gambeta do chutador que mais parece um deboche. Para culminar, o público ainda ri do pobre goleiro, enganado pelo chute habilidoso, mas traiçoeiro.

Pois está na hora de os goleiros começarem a reagir. Em primeiro lugar, eles têm que começar a observar os jogos dos adversários e marcar bem o estilo dos cobradores de pênaltis. Claro que alguns chutadores variam muito, mas os que se utilizam da paradinha não são tão numerosos assim.

E se o goleiro também ficar parado, o que será que acontece?

Proibição

Alguns goleiros estão defendendo a proibição da paradinha, como já ocorreu no passado. Não concordo. Seria mais uma regra para enfeiar o futebol. Acho que os goleiros têm que resolver esta parada (com o perdão do trocadilho) na técnica, desenvolvendo uma maneira de enganar também o atacante. Sei que eles não podem se movimentar para a frente, mas podem muito bem fingir que vão se jogar para um lado e não fazê-lo.

Câmeras

Da mesma forma como mostram lances quase impossíveis de se ver na hora do jogo (como o puxão na camisa de Nilmar), as câmeras revelam de forma inequívoca lances visíveis que poderiam gerar discussão.

Depois de ver a saída de Renan sobre Rodrigo Mendes, ninguém pode dizer que ele tentou apenas se proteger. Quando o goleiro quer se proteger, levanta o joelho sem meter o pé no adversário.

Força aérea

Os lances de gol do Gre-Nal resultaram de levantamentos para as áreas, mais uma prova de que as principais jogadas dos nossos times (não apenas dos gaúchos) resumem-se a cruzamentos para a cabeça dos atacantes e zagueiros altos. Gol de jogada tramada é cada vez mais raro.

Proteção

Ao explicar o lance que mudou a história do Gre-Nal de domingo, Renan disse que sua única intenção foi a de se proteger. Eis aí uma tarefa para treinadores de goleiros: definir o limite entre proteção e agressão.

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