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O presidente Eduardo Duhalde desembarca nesta terça, dia 14, em Brasília com uma longa lista de assuntos para discutir em menos de seis horas com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Entre os tópicos, Duhalde sentará à mesa com Lula para analisar políticas comuns entre os dois países para o combate à fome, a posição do Mercosul diante da Área de Livre Comércio das Américas (Alca) e a crise venezuelana e o apoio ao presidente Hugo Chávez, além da criação de um parlamento do Mercosul.
El Cabezón (O Cabeção), como é conhecido popularmente o presidente argentino, estará acompanhado pelo chanceler Carlos Ruckauf, pelo ministro da Economia, Roberto Lavagna, e pelo ministro da Produção, Aníbal Fernández, além de secretários. Segundo Ruckauf, a Argentina apresentará ao Brasil a proposta de criar uma comissão conjunta para o combate à pobreza. A intenção é trocar informações sobre os planos sociais que cada país está desenvolvendo isoladamente.
A discussão sobre a Alca e a Venezuela não deve ter o mesmo consenso que ocorre em relação ao combate à fome. O governo argentino, especialmente a chancelaria, olha com receio a posição brasileira em relação à Alca e o pedido proveniente de Brasília de atrasar o cronograma de negociação sobre a constituição do bloco. A chancelaria recuperou nos últimos meses uma série de vantagens para a entrada de produtos argentinos nos Estados Unidos. Por esse motivo, teme que uma posição conjunta firme do Mercosul em relação ao bloco com os EUA possa causar uma perda das vantagens, que poderiam garantir à Argentina US$ 2 bilhões em exportações.
Sobre a Venezuela, também há divergências entre os dois países. Enquanto o Brasil promove uma ajuda ao governo do presidente Hugo Chávez, a Argentina é cautelosa, embora apóie a realização de novas eleições em breve nesse país.
Duhalde também analisará com Lula a criação de um parlamento do Mercosul. Segundo Ruckauf, o parlamento teria representantes escolhidos pelo voto direto dos habitantes dos países do bloco. Outro assunto que seria discutido é a criação de um mecanismo para a solução de disputas judiciárias. Além disso, a agenda incluiria uma discussão sobre a normalização do sistema das Tarifas Externas Comuns (TEC), que atualmente possui diversas exceções.
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