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Governo Chávez anuncia reestruturação da estatal de petróleo

Grevistas exigem renúncia do presidente e eleições antecipadas na Venezuela

Opositores e partidários do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, voltaram a realizar manifestações nas ruas de Caracas nesta segunda, dia 6, enquanto o governo anunciava a iminente reorganização da indústria petroleira, quase parada pela greve de 36 dias.

A "organização de transição" da estatal Petróleos de Venezuela (PDVSA) se concentrará nas operações e na simplificação da "excessiva" burocracia, com provável fechamento de alguns escritórios onde a ausência devido à greve chega a 80%, explicou o ministro da Energia, Rafael Ramírez.

A burocracia da PDVSA, disse o ministro, "custa mais que toda a folha de pagamento da administração pública". Ramírez afirmou que serão abertas ações penais contra os empregados que aderiram ao movimento e que provocaram danos patrimoniais à empresa.

Em atitude que parecia ser uma nova medida do governo para retomar o controle da PDVSA, alguns líderes da greve não puderam entrar em seus escritórios nesta segunda, já que seus crachás eletrônicos foram desativados.

Os trabalhadores dizem que manterão a greve até que o presidente renuncie ou aceite uma saída eleitoral para a crise política, agravada desde sua breve derrota entre os dias 12 e 14 de abril para militares e civis.

O governo e os líderes da oposição travam uma luta pelo controle da gigante estatal, motor econômico do quinto exportador mundial de petróleo. Chávez reiterou que seu governo está tomando e tomará todas as medidas necessárias para reativar as operações da PDVSA. Ele demitiu mais de uma centena de gerentes da empresa que aderiram à greve.

A greve, liderada por grupos empresariais e sindicais que exigem a renúncia do presidente ou a realização de eleições antecipadas, reduziu a produção e as exportações de petróleo a níveis mínimos e afetou o abastecimento interno.

A paralisação contra Chávez, militar da reserva eleito presidente em 1999, perdeu força nos setores comercial e industrial, mas provocou forte impacto na PDVSA e duras consequências na deprimida economia do país. O banco de investimentos Merrill Lynch, que na segunda-feira rebaixou a posição dos bônus da Venezuela em sua carteira-modelo, disse que a greve já custou ao país entre US$ 2 bilhões e US$ 3 bilhões. O Merrill Lynch calculou uma contração econômica de 9,2% em 2002, em parte por causa da greve.

 
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