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 | 26/09/2007 07h

Filha de Bodinho: "Meu pai idolatrava o Inter"

Eliane da Costa revela que craque ganhou apelido por ser muito chorão quando criança

Amauri Knevitz Jr.  |  amauri.knevitz@zerohora.com.br

Um dos maiores nomes da história do clube e motivo de veneração de muitos torcedores, Bodinho também idolatrava o Inter. É o que conta Eliane Alves da Costa, 47 anos, a única filha do craque. Ela fez também uma revelação sobre o apelido com o qual o jogador se imortalizou. A versão oficial, divulgada até hoje pela imprensa e pelo clube, diz que era por causa do seu potente cabeceio. Segundo a filha, no entanto, Nilton Coelho da Costa virou Bodinho ainda criança, em Pernambuco, por ser muito chorão e "berrar como um bode". Toda a família se refere a ele pela alcunha famosa, ninguém o chama pelo nome.

Ao lado da filha Nicole, de 18 anos, e da cocker spaniel Tutuca, com quem mora em um apartamento no bairro Boa Vista, Eliane se emocionou ao falar do pai. Segurando uma camiseta do Inter usada por ele, branca mas já amarelada pelas mais de cinco décadas passadas, ela conversou com zerohora.com e contou histórias do lendário atacante. Bodinho não resistiu a uma parada cardíaca e morreu no último sábado, em Porto Alegre, aos 79 anos.

— Teve um torcedor que se emocionou e se ajoelhou no velório. O meu pai, junto com o Larry e outros daquela época, representa uma geração de amor ao futebol, amor ao time, que ele idolatrava. É aquela coisa de fidelidade mesmo, não só pelo fator financeiro — conta.

Tímido, trabalhador, humilde, mas que sempre gostou de ser lembrado pelo Inter. Assim a advogada apegada ao pai o define, entre uma e outra embargada na voz. No período entre a infância pobre em uma família de 23 irmãos em Recife (PE) e a velhice em Porto Alegre, quando foi atormentado por um câncer de próstata durante 10 anos e pelo mal de Alzheimer durante dois, ele conquistou uma legião de fãs. Até hoje, é lembrado em faixas, bandeiras e cantos da torcida no Beira-Rio. São tantas histórias que Eliane pretende escrever um livro, com depoimentos de amigos.

Bodinho integrou o famoso Rolinho, time da década de 50 que sucedeu o Rolo Compressor. Formou com Larry uma dupla de atacantes memorável, capaz de façanhas como o Gre-Nal de inauguração do Olímpico, em 1954, vencido pelos visitantes por 6 a 2, quatro gols de Larry, seu grande amigo até o fim da vida. Ganhou cinco campeonatos gaúchos. Em um deles, o de 1955, marcou 25 vezes em 18 jogos. Pela Seleção, fez três gols e conquistou o Campeonato Pan-Americano de 1956, o primeiro título do futebol brasileiro no Exterior.

A exemplo dos craques de sua época, Bodinho não enriqueceu com o futebol. Conquistou uma boa casa e a mobiliou, segundo a filha, e só. Depois de pendurar as chuteiras, trabalhou na extinta Caixa Econômica Estadual e participou de diversos eventos do Inter, como campeonatos de veteranos pelo Interior. Manteve sempre a ligação com o clube. Em 1977, o pai coruja mobilizou milhares de colorados para torcerem por Eliane no concurso Rainha das Piscinas, no Gigantinho.

Confira outras histórias deste ícone do futebol gaúcho clicando para assistir ao vídeo, e veja também a galeria de fotos exclusiva, com imagens do acervo da família.

 
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