| 14/11/2002 21h56min
Pouco antes de receber nesta quinta, dia 14, pela Universidade de Oxford, o 19º título de doutor honoris causa, o presidente Fernando Henrique Cardoso atendeu a um telefonema do primeiro-ministro britânico, Tony Blair, que lhe encomendou uma missão: promover um encontro dele com o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva. Blair, que foi criticado pela imprensa inglesa por ter ignorado Lula na última visita ao Brasil, em 2001, conta com a diplomacia de FH para o aproximar dele.
Integrantes do governo britânico comparam a eleição do novo presidente à ascensão de Blair ao poder, em 1997. A exemplo do que ocorre no Brasil, a vitória do Partido Trabalhista britânico gerou na época grandes incertezas nos mercados financeiros, que temiam as políticas que poderiam ser adotadas no país, além da inexperiência do primeiro-ministro.
Fernando Henrique afirmou que proporá ao presidente eleito o encontro com o primeiro-ministro por considerá-lo essencial. Assim como classificou como "muito importante" a iniciativa do presidente norte-americano, George W. Bush, de convidar Lula para uma reunião na Casa Branca, no dia 10 de dezembro. Mas afirmou que não fará nenhuma sugestão ao novo presidente.
Perguntado se recomendaria a Lula um enfático discurso contra o unilateralismo, como FH tem feito nos últimos dias, ou se ele deveria permanecer na fase "Lulinha, paz e amor", o presidente respondeu:
– Eu não preciso recomendar nada a ele porque ele vai fazer. Não o "Lulinha paz e amor", não. São os interesses do Brasil contra o unilateralismo, acho que aí não há dúvida nenhuma.
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