| 08/11/2002 07h13min
Em acordo fechado na noite dessa terça, dia 7, na casa do deputado estadual Giovani Cherini (PDT), em Porto Alegre, parlamentares e dirigentes do PMDB, do PDT, do PPB e do PTB excluíram o PT do rodízio na presidência da Assembléia Legislativa na próxima legislatura. No encontro, ficou acertado que a Mesa Diretora será presidida por integrantes das siglas presentes nos próximos quatro anos.
O PT reivindica a participação no rodízio com base no fato de ter a maior bancada (13 deputados eleitos). Para o deputado Vieira da Cunha (PDT), o fato de os partidos signatários do acordo somarem 32 deputados anula o argumento do PT.
– Estamos apenas criando um bloco majoritário. Somos maioria absoluta. Não há espaço para todos na presidência – declarou Vieira.
Apesar da exclusão do PT do acordo para a presidência, o grupo garantiu que reservará ao partido cargos como a primeira ou a segunda vice-presidência e o comando de comissões permanentes da Casa.
– A decisão sobre nomes e ordem de ocupação da presidência será tomada pelas bancadas. A única certeza é de que teremos uma mesa composta por todos os partidos – disse o deputado estadual Alexandre Postal (PMDB).
O deputado estadual eleito Raul Pont (PT) propõe a constituição de uma Mesa Diretora proporcional ao tamanho das bancadas. Esse método garantiria ao PT a presidência. O acordo celebrado na noite de ontem será analisado pelos petistas eleitos em reunião na terça-feira.
– É profundamente antidemocrática, excludente e autoritária a posição dos outros partidos – afirmou Pont.
O líder da bancada do PTB, deputado Iradir Pietroski, lembrou que as quatro siglas que estão propondo o acordo têm uma proximidade histórica e, por isso, estão no direito de pleitear a presidência. O deputado Vilson Covatti (PPB) afirmou que ter a maior representação não significa “poder na Assembléia”.
– Onde está escrito que ter a maior bancada representa ter a maioria no Legislativo? – indagou Covatti.
O embate tem ligação direta com as futuras eleições municipais. O cargo de presidente da Assembléia garante ao ocupante uma visibilidade que pode render frutos em pleitos majoritários e proporcionais. A próxima definição será a do partido que terá direito à presidência no ano de 2004. O deputado Vieira da Cunha (PDT), um dos nomes cotados como candidato a prefeito de Porto Alegre em 2004, não esconde que o partido tem preferência pelo cargo no ano da eleição municipal, mas reitera que a discussão sobre o caso é “prematura”.
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