O senador e ex-presidente José Sarney (PMDB-AP) reiterou nesta quarta, dia 6, apoio irrestrito ao futuro governo petista, no dia seguinte ao acordo fechado entre PMDB e PT que pode inviabilizar a candidatura dele à Presidência do Senado.

O tema, segundo Sarney, não foi tratado durante a reunião de cerca de uma hora que teve com o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva. O principal tema da conversa teria sido as reformas para o país.

– Tive a oportunidade de dizer a ele que, da minha parte, vai encontrar total e absoluta solidariedade durante todo o seu governo para que possa estar à altura dos anseios e esperanças que despertou no povo brasileiro – disse Sarney.

Os dois discutiram as reformas tributária, política e previdenciária, temas que Lula está dominando "totalmente", de acordo com Sarney. Ele disse que defenderá a governabilidade acima de tudo, indicando disposição em abrir mão da disputa pelo Senado.

– Tudo o que for bom para o país, para o partido e para a governabilidade, só tenho que ver com muitos bons olhos – afirmou o ex-presidente.

Lula preferiu não falar sobre o encontro com Sarney.

PT e PMDB acertaram na véspera que as bancadas majoritárias na Câmara dos Deputados e no Senado indicaram os futuros presidentes das duas casas. Com esse acerto, o PMDB comprometeu-se a acatar a indicação do PT para a Câmara e os petistas devem acatar o nome escolhido pelos peemedebistas ao Senado.

Os principais líderes do PMDB têm preferência pela indicação do senador Renan Calheiros (AL). Na reunião da Executiva Nacional do partido, na véspera, houve declarações explícitas de que Sarney não é representante legítimo do pensamento peemedebista. O senador Sarney, que lançou sua própria candidatura, contava que teria o apoio do PT depois de ter se aliado à campanha de Lula à Presidência da República. O PMDB, por outro lado, temia que o PT tentasse avalizar o nome de Sarney ao Senado, retaliando a cúpula do partido, que se coligou ao PSDB na corrida presidencial.