| 06/11/2002 07h29min
O presidente Fernando Henrique Cardoso vai manter as 17 indicações de embaixadores do Brasil no Exterior, apesar do pedido de suspensão feito pelo PT. Segundo o porta-voz da Presidência, Alexandre Parola, FH lembrou que o Ministério das Relações Exteriores é um órgão de Estado e não faz indicações políticas. Fernando Henrique ressaltou também que a troca de embaixadores é uma movimentação normal e rotineira no Itamaraty.
Segundo Parola, os embaixadores já começaram a ser sabatinados no Senado, e as indicações só não foram encaminhadas antes porque o Congresso estava parado com o processo eleitoral. A idéia é que o líder interino do partido no Senado, Tião Viana (AC), apresente um requerimento para suspender a tramitação das nomeações e sabatinas. Antes, porém, o partido iria tentar que o atual governo desistisse das indicações.
Nessa terça, dia 5, o senador petista procurou o presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, Jefferson Peres (PDT-AM). A prioridade do PT neste momento é adiar a sabatina do embaixador Antônio Augusto Dayrell, indicado para substituir Luciano Martins na embaixada em Cuba. Peres disse que pode até analisar um pedido específico sobre o caso, mas adiantou ser contra a sustação das demais indicações.
– Por que preocupação com o embaixador no Uruguai? Ainda se fosse em Washington. Eu não concordo em parar os trabalhos, a não ser que receba um pedido expresso do presidente eleito – avisou Peres.
O Itamaraty não quis comentar as restrições do futuro governo sob o argumento de que, até o dia 31 de dezembro, quem decide qualquer coisa é Fernando Henrique. Mas alguns diplomatas não escondem a preocupação com a possível dança de cadeiras que poderá ser promovida por Lula a partir de janeiro. O custo estimado para a transferência dos 17 embaixadores já indicados por Fernando Henrique para ocupar postos no Exterior é de aproximadamente US$ 340 mil.
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