O governador Esperidião Amin (PPB) vai tentar articular politicamente para impedir que o Banco Central (BC) lance o edital de privatização do Besc. Nesta terça-feira, dia 29, Amin tentou falar por telefone com o presidente da República, Fernando Henrique Cardoso (PSDB), para tentar adiar o edital, que deve ser publicado esta semana, segundo o Conselho de Administração do Besc. O leilão está previsto para dia 20 de novembro e o edital é a medida formal para dar andamento à venda da instituição.

Amin também tentou contato telefônico com o governador eleito, Luiz Henrique da Silveira (PMDB), a fim de deixar clara sua posição contrária à privatização. A idéia é fazer com que os eleitos, Luiz Henrique e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), manifestem-se sobre o assunto.

A afirmação do governador foi feita na tarde de terça, durante coletiva à imprensa, justamente no momento em que os deputados aprovavam um requerimento proposto pela deputada estadual Ideli Salvatti (PT) ao presidente do Banco Central, Armínio Fraga, para que as decisões sobre o Besc sejam transferidas para a nova equipe de governo, a partir de janeiro de 2003.

Se as ações no meio político não derem certo, o governador diz que vai entrar com ação no Supremo Tribunal Federal (STF) para impedir a venda do banco. A grande questão é a falta de garantias sobre como ficará a manutenção da conta única do Estado – ICMS, repasses às prefeituras, Celesc, Casan – que movimenta cerca de R$ 500 milhões mensais, assim como o destino das agências pioneiras em 147 municípios de Santa Catarina. O valor da venda não foi definido.

O governo conta ao seu favor com uma ação do Banco do Estado do Maranhão, sub judice no STF, que questiona a moralidade da negociação.

ANA MINOSSO / DIÁRIO CATARINENSE