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Tecnicamente empatados em terceiro lugar na maioria das pesquisas de intenção de voto para a Presidência, os candidatos Ciro Gomes (PPS) e Anthony Garotinho (PSB) fizeram coro nesta quinta-feira, 19 de setembro, com José Serra (PSDB) nas críticas ao petista Luiz Inácio Lula da Silva, primeiro colocado na preferência do eleitorado. O comando de campanha petista não se manifestou sobre as declarações dos outros dois candidatos oposicionistas.
Os estrategistas de Serra comemoraram a guinada de Ciro e Garotinho. Avaliam que isso demonstra a disposição dos dois de se manter na corrida sucessória, afastando momentaneamente a possibilidade de renúncia que garantiria a vitória a Lula no primeiro turno.
O candidato do PPS, que há um mês é alvo de pesadas críticas de Serra e até quarta-feira vinha tratando de forma diferenciada o tucano e o petista e afirmando que Lula era "bem-intencionado", mudou de tom. Em entrevista no Aeroporto Santos Dumont, centro do Rio, Ciro equiparou pela primeira vez Serra e Lula.
– Sucedi ao PT na prefeitura de Fortaleza e sei que de um lado Serra é o continuísmo, e Lula, um salto no escuro. Não vejo como Lula, com a inexperiência dele e a falta de propostas do PT e com essa atitude de desertar da luta política para ficar na marquetagem. Isso é precipitar o país no desgoverno – afirmou.
Ciro elegeu-se prefeito de Fortaleza, pelo PMDB, em 1988, sucedendo a Maria Luiza Fontenelle (então no PT). O candidato do PPS também questionou a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de convocar militares à paisana para fiscalizar as eleições. Para Ciro, a medida é digna de "uma república de bananas".
Em Curitiba e em Londrina, onde caminhou pelas ruas e conversou com eleitores, Garotinho insistiu na acusação de que Lula não trabalha.
– Se você puder me dizer no que ele (Lula) trabalhou nos últimos anos, eu até mudo meu discurso para não parecer que estou cometendo alguma injustiça – disse.
O bombardeio sobre Lula, que agora passa a sofrer ataques dos três adversários, é útil para tirar Serra da linha de fogo, o que embala as projeções favoráveis dos mais otimistas. O presidente do PSDB, deputado José Aníbal (SP), prevê um ligeiro crescimento de Serra nos próximos dias, acompanhado de uma queda de Lula.
O ataque coletivo ao petista também reforça a tática tucana de desgastar o adversário ao máximo, para que ele chegue enfraquecido ao segundo turno.
– Nosso esforço é para garantir o segundo turno e deixar que Lula chegue em declínio na disputa – resume Antonio Lavareda, analista que tem prestado assessoria aos tucanos.
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