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A confirmação, por estudo da Fundação de Economia e Estatística (FEE), de que o Rio Grande do Sul lidera a criação de empregos industriais no país demonstra que o setor produtivo gaúcho vem conseguindo aproveitar com eficiência os efeitos favoráveis de um processo de desconcentração industrial. Apontada inicialmente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a geração de 67,3 mil novos postos de trabalho na indústria gaúcha entre 1996 e 2000 é recorde no país. O volume, equivalente a 37,2% do total do país no período, colaborou para que a Região Sul se constituísse no destaque nacional em geração de vagas, contrastando com o decréscimo registrado no Sudeste. Por isso, é importante que a conquista mereça uma análise atenta por parte dos pretendentes ao Palácio Piratini, para que seja mantida e reforçada.
Dois outros levantamentos, divulgados simultaneamente ao estudo sobre geração de empregos, sugerem explicações para o fato de a economia gaúcha estar seguindo uma
tendência
diferenciada da nacional. Levantamento do IBGE confirma que, em julho, o Rio Grande do Sul foi uma das seis regiões, dentre 12 pesquisadas, em que a produção industrial se manteve em ascensão, com um incremento de 4,1%, comparado a igual período do ano anterior. Ao mesmo tempo, a Federação das Indústrias do Estado (Fiergs) confirma que, de janeiro a agosto, o Rio Grande mantém-se em segundo lugar nas receitas com exportações, atrás de São Paulo e à frente de Minas Gerais. Feitos como esses só se mostraram possíveis devido ao desempenho favorável de segmentos como o mecânico, diretamente beneficiado pelos bons resultados da agroindústria. Os exportadores gaúchos, por sua vez, reafirmaram o seu dinamismo, conseguindo driblar adversidades como a retração de um grande parceiro como a Argentina e a descontinuidade nas vendas externas de carne devido à aftosa.
Certamente, mesmo recorde no país, o acréscimo de vagas gerado pelo setor fabril é insuficiente para resolver o drama dos
desempregados gaúchos,
que só na Região Metropolitana de Porto Alegre formam um contingente de 278 mil pessoas. Da mesma forma, apesar do rápido esforço de readequação ao cenário externo, dificilmente as exportações gaúchas conseguirão repetir até dezembro o forte desempenho do ano passado.
O Estado, portanto, precisa manter e ampliar a capacidade de seguir percorrendo uma trajetória inversa à do Sudeste brasileiro, que vem perdendo participação econômica. É essencial que essa questão, de interesse de todos os gaúchos, mereça atenção especial por parte de quem se encontra hoje em campanha para governar o Estado a partir de janeiro.
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