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 | 27/08/2002 07h31min

Juros ficam mais caros e os prazos, menores

O custo para o consumidor se financiar no mercado foi maior em julho, com a aumento das taxas efetivas de juros e redução dos prazos de pagamento. É uma clara demonstração de que o comércio e as financeiras pouco têm se norteado pela trajetória descendente da taxa básica, a Selic.

Dados da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac) mostram que a taxa média de juros no mercado, para as empresas, subiu de 4,43% ao mês para 4,48%, com o encarecimento das operações para captação de capital de giro, descontos de duplicatas e cheque especial. Para o consumidor, a taxa subiu de 8,07% ao mês para 8,08%.

Em julho, o Banco Central promoveu um corte de 0,50 ponto percentual na taxa básica, de 18,5% para 18% ao ano. O presidente da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Alencar Burti, atribui a alta dos juros no varejo à taxa de inadimplência, que atinge entre 7,5% e 7,8% dos recursos emprestados ao consumidor, e à elevada carga tributária existente no país:

– Se não houver sinais claros de mudanças estruturais, mesmo que o governo continue dando sinais de queda de juros no futuro, o mercado não vai entrar nessa.

– Elevar juros para combater inadimplência acaba, por outro lado, aumentando a inadimplência. Vira um círculo vicioso – contrapõe Miguel José Ribeiro de Oliveira, executivo da Anefac.


 
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