O apoio de um grupo de investidores internacionais foi decisivo para o fechamento do dólar nesta segunda, 26 de agosto. Depois da confirmação de apoio de 16 bancos da Europa e dos Estados Unidos à política econômica brasileira, a moeda norte-americana registrou baixa de 0,48% frente ao fechamento de sexta-feira, cotada a R$ 3,090 para a compra e a R$ 3,095 para a venda. Operadores afirmam que o recuo não foi maior, porque, à tarde, observou-se uma redução na liquidez. Embora o cenário desenhado tenha favorecido a derrubada da cotação do dólar, o Banco Central não abriu mão dos leilões, vendendo outros US$ 100 milhões.

A atmosfera de positividade notada no mercado fincanceiro se deve ao encontro do ministro da Fazenda, Pedro Malan, e do presidente do Banco Central, Armínio Fraga, com gigantes do setor bancário europeu e norte-americano. Malan e Fraga foram tentar convencer as instituições a manter o crédito às empresas brasileiras. Apesar da falta de notícias de efeito prático, os dois deixaram a reunião em Nova York amparados por 16 instituições. 
 
Armínio Fraga acredita que o comprometimento dos bancos representa um passo importante na reviravolta da confiança, fortemente abalada nos últimos meses por temores de investidores em relação à liderança nas pesquisas de candidatos da oposição.

As preocupações de Wall Street desencadearam uma série de quedas dos títulos da dívida externa brasileira. O valor dos papeís, desde o início do ano, perderam cerca de 20% do valor. No mesmo período, o real se desvalorizou perto de 25% em relação ao dólar. Os investidores temem que o próximo presidente brasileiro não seja capaz de lidar com a dívida pública do país, de cerca de US$ 250 bilhões.

Longe de seu presidente, o BC promoveu duas sessões de vendas de dólares nesta segunda. Na primeira, ofertou US$ 100 milhões, mas vendeu US$ 85 milhões, com taxa de remuneração de 4,81%. Na segunda, colocou os US$ 15 milhões ofertados com taxa de 4,30%. As duas taxas ficaram abaixo das praticadas nos leilões da última sexta-feira, quando o BC vendeu US$ 200 milhões. Naquele dia, depois da intervenção do banco, o mercado financeiro comemorou o recuo de 1,11% da moeda norte-americana.