| 19/08/2002 10h11min
O Comitê de Política Monetária (Copom) terá de definir nesta terça, dia 20, e quarta-feira, dia 21, se vai dar continuidade à trajetória de queda dos juros básicos iniciada em julho, quando reduziu a taxa Selic de 18,5% para 18% ao ano. Para boa parte dos analistas, a contínua pressão sobre o câmbio, que aumenta o risco de repasse da desvalorização para os preços, deve levar a instituição a manter os juros.
Há também quem acredite na manutenção da Selic, com adoção do viés de baixa, o instrumento que permite ao BC cortar os juros entre duas reuniões do Copom. O economista-chefe do banco ING, Marcelo Salomon, entende que o BC não deve mexer nos juros:
– O nível de incerteza é elevado, principalmente no cenário político.
O ex-presidente do Banco Central (BC) Carlos Langoni, professor da Fundação Getúlio Vargas, acha que o momento é de cautela. Ele diz que o câmbio está pressionado e a inflação ainda preocupa.
– O BC tem que mostrar que seu compromisso principal é com a inflação baixa – afirma.
O economista-chefe do BBV Banco, Octavio de Barros, propõe manter a Selic, “mas com a adoção do viés de baixa”. Se o dólar continuar pressionado, é possível que o Copom faça o que sugere o economista-chefe da Crédit Lyonnais Securities Asia, Dalton Gardimam:
– O melhor que o Copom tem a fazer é se fingir de morto, mantendo os juros.
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