O agronegócios é o setor da economia gaúcha com maior capacidade de gerar empregos, dado um aumento da demanda final. Essa é uma das conclusões do estudo sobre a matriz insumo-produto do Estado, apresentado nesta quinta, dia 8, pela Fundação de Economia e Estatística (FEE). O estudo é um instrumento para auxiliar os governos na definição de políticas públicas de desenvolvimento econômico para o Estado, explica o diretor técnico da FEE, Flávio Fligenspan.

O efeito multiplicador é medido segundo quatro critérios: emprego, crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), aumento bruto da produção e aumento de renda. Com base nessas informações as autoridades podem escolher que setores devem ter prioridade em receber estímulos na demanda, conforme o impacto desejado.

Fligenspan diz que existem várias formas de aumentar a demanda final, dependendo do setor e cita como exemplo, o crescimento do consumo das famílias, o aumento de salário e a redução de impostos. Assim, se o objetivo é aumentar o número de empregos, o caminho apontado pelo estudo é concentrar esforços no aumento da demanda final do setor de agronegócios, específicamente nas culturas de milho, soja e arroz. Se o que se quer é aumentar a produção o melhor setor é o de abates e preparação de carnes. Esse, inclusive, é uma das supresas da pesquisa.

– O setor de abate e preparação de carnes é intensivo em tecnologia, fez melhoramento genético, tem plantas bastante automatizadas e, mesmo assim, apresentou bons resultados em produção e emprego – informa o diretor técnico da FEE.

O estudo sobre a matriz insumo-produto do Estado reúne 26 mil dados. A base das informações é o ano de 1998, o que não interfere na atualidade dos resultados, afirma Fligenspan. Para efeitos de comparação, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) usa dados de 1996 e, nos Estados Unidos, a base também é 1998. O fato de alguns grandes empreendimentos, como o complexo da General Motors (GM) ou a fábrica da Brahama, em Viamão, que começaram a produção depois de 1998, não interfere no ranking dos setores. O estudo completo está disponível no site da FEE (www.fee.tche.br).