| 05/08/2002 22h49min
Os bancos uruguaios reabriram nesta segunda-feira, dia 5, com longas filas, inclusive nos caixas eletrônicos. Agasalhos com gorros e roupas e inverno, os clientes tiveram que enfrentar um forte frio para sacar dinheiro ou pagar contas atrasadas depois de seis dias de feriado bancário.
A reabertura acontece depois da aprovação da Lei de Estabilidade do Sistema Bancário, pelo Congresso, e do anúncio da chegada de um crédito ponte do Tesouro dos Estados Unidos no valor de US$ 1,5 bilhão.
O dólar retomou os negócios interbancários a 28 pesos, mesmo patamar do último dia de negociação. Com esses valores, a desvalorização da moeda uruguaia em relação ao dólar se situa em 37% desde a regência da livre flutuação do câmbio, no dia 20 de junho, e em 46% no acumulado do ano.
A lei dispõe a criação de um fundo de US$ 1,5 bilhão para garantir o movimento de depósitos no banco oficial e em três bancos privados, um em processo de liquidação (Montevideo-Caixa
Operária), e duas instituições com
participação acionária do Estado e com suas operações suspensas (Comercial e Crédito). Além disso, a lei deferiu a devolução dos depósitos a prazo fixo em dólares nos dois bancos oficiais, o República (BROU) e o Hipotecário (BHU).
Esses três bancos não retomaram suas operações.
Uma delegação uruguaia se encontra desde 24 de julho em Washington, negociando com o FMI as condições para a obtenção de auxílio financeiro. O sindicato único de trabalhadores bancários do Uruguai (AEBU) declarou-se ontem em estado de greve depois da aprovação da Lei de Estabilidade do Sistema Financeiro, anunciou o dirigente Alberto García.
O AEBU convocou assembléia geral para esta quarta, dia 7, com paralisação geral de 24 horas no interior do país e pelo período que for necessário em Montevidéu "para definir o plano de ação em defesa dos postos de trabalho", assegurou o dirigente.
O ministro da Economia, Alejandro Atchugarry, revelou nesta segunda que a suspensão
das atividades do Banco Comercial, a
principal instituição privada do país, foi determinada a pedido dos sócios do governo nesta entidade, J.P.Morgan Chase, Credit Suisse First Boston e Dresdner Bank Latinamérica, que não responderam às necessidades de capitalização do banco. O mesmo aconteceu com o Banco de Crédito, cujo controle acionário está dividido entre entre o Estado uruguaio (51%) e o grupo Grupo Moon, do reverendo coreano Sun Myung Moon.
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