O secretário de Agricultura do Estado, Otto Kiehn, vai fazer uma reunião emergencial esta semana com os representantes da cadeia produtiva do milho, agroindústrias e criadores, para discutir a atual situação do mercado.

Kiehn manteve contato com os diretores da Bolsa de Mercadorias e Cereais e da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), onde foi informado da baixa procura de produtores pelos contratos de opção.

O secretário disse que é necessário verificar com cooperativas e produtores qual a intenção de plantio e as medidas para garantir o abastecimento de milho para o Estado.

O diretor executivo da Bolsa de Mercadorias e Cereais de Santa Catarina, Antônio Zapelini, alertou para o risco que o atual quadro representa para as exportações de suínos e frangos. Ele disse que, se o milho estiver muito caro no Estado, vai inviabilizar as criações.

– Podemos matar nossa galinha dos ovos de ouro – alertou Zapelini em entrevista ao Diário Catarinense.

Para ele é necessário garantir milho para exportar carnes e não vender o grão e ficar sem alimentar as criações. O diretor da bolsa acredita que o Brasil não está tirando o devido proveito da produção orgânica de grãos. Ele teme também que, sem os contratos de opção no Sul, não haverá estoques da Conab na região. Isso encareceria os custos com transportes do Centro-Oeste.

O superintendente da Conab em Santa Catarina, Ivo Silvestre Ferreira, disse que dos 1.111 contratos ofertados a cada semana em Santa Catarina, foram assinados apenas 529 na semana retrasada e 44 na semana passada. O novo lote será de apenas 556 contratos.

Em Minas Gerais o volume de contratos ofertados saltou de 555 para 5,7 mil. Ferreira teme que os produtores deixem de usufruir uma garantia de preço para o próximo ano que varia de R$ 14,40 em fevereiro, para R$ 15 em maio. Ferreira disse que o valor é livre de descontos e o produtor tem direito de exercer ou não o contrato, conforme variação do mercado. Cada contrato representa um volume de 27 toneladas.