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Ato reúne centrais brasileiras, argentinas e uruguaias

Marcha dos Sem em Uruguaiana foi protesto contra Alca

Representantes das maiores centrais sindicais do Brasil, da Argentina e do Uruguai, realizaram nesta sexta-feira, 2 de agosto, em Uruguaiana, a 7ª Marcha dos Sem para protestar contra a formação da Área de Livre Comércio das Américas (Alca). O protesto interrompeu o trânsito entre Brasil e Argentina na Ponte Internacional por quatro horas.

O ato serviu para simbolizar a unidade entre as três centrais de trabalhadores. O encontro dos manifestantes argentinos, ligados à Confederação dos Trabalhadores da Argentina (CTA), dos brasileiros, da Central Única dos Trabalhadores (CUT), e dos uruguaios, do Plenário Intersindical de Trabalhadores-Confederação Nacional de Trabalhadores (PIT-CNT), foi simbólico e ocorreu na cabeceira da ponte, no lado brasileiro. No local, os participantes ouviram manifestações e acompanharam a leitura da Carta de Uruguaiana. No documento, as centrais de trabalhadores reforçam a necessidade de combater a adesão à Alca e as políticas neoliberais no Brasil, Argentina e Uruguai.

Antes de participar de ato público, sindicalistas brasileiros e uruguaios realizaram uma caminhada pelas ruas centrais de Uruguaiana. O frio de 4ºC e a chuva fina não desanimaram os manifestantes. Júlio Flores (PSTU) foi o único candidato a governador presente. O vice-governador Miguel Rossetto participou do ato público na Ponte Internacional.

O ex-presidente da CUT no Estado e um dos idealizadores da Marcha do Sem, Francisco Vicente, acredita que o evento desta sexta registrou um encontro histórico e simbólico para as três centrais sindicais. Segundo ele, depoimentos de argentinos e uruguaios mostram que é preciso buscar uma unidade latino-americana para evitar o que classificou como a dominação que está em curso.

Os uruguaios tiveram uma participação reduzida. Apenas 50 manifestantes conseguiram chegar a Uruguaiana. A crise econômica no país vizinho impediu que muitos sacassem dinheiro para fretar ônibus para a viagem. Os argentinos tiveram representações das províncias de Corrientes, Misiones, Entre Rios, Buenos Aires e Santa Fé. A Polícia Rodoviária Federal, em Uruguaiana, acompanhou a mobilização dos sindicalistas com uma equipe de 40 policiais, nove viaturas e um helicóptero.

MAURO MACIEL

 
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