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Pelo menos cinco pessoas ficaram feridas durante distúrbios ocorridos nas ruas de Caracas, capital da Venezuela, nesta sexta-feiram, 2 de agosto, durante enfrentamento com a polícia nos arredores do palácio do governo e da Suprema Corte de Justiça. Os choques começaram quando a polícia metropolitana tentou dispersar os manifestantes, mas foi atacada com armas de fogo por desconhecimentos. Em meio ao tiroteio, quatro policiais e um civil ficaram feridos.
Desde a última quarta-feira, a polícia metropolitana tenta reprimir com dureza protestos dos simpatizantes do presidente Hugo Chávez nos arredores da sede da Suprema Corte de Justiça. Os chavistas estão indignados com a decisão do tribunal de adiar a análise das acusações contra quatro militares que lideraram uma conspiração para derrubar o presidente. Em abril, Chávez foi mantido em custódia durante 48 horas por militares dissidentes, que designaram para substitui-lo o empresário Pedro Carmona. Tropas leais ao governo reconduziram Chávez ao poder.
O vice-presidente José Vicente Rangel descartou que a situação na capital venezuelana tenha fugido ao controle das forças de segurança e denunciou que há "provocadores infiltrados" que tentam incentivar a violência. Ele fez um apelo em favor da paz e da tranqüilidade e indicou que os corpos de segurança iniciaram contatos com os manifestantes para que abandonassem pacificamente as ruas do centro de Caracas. Além disso, solicitou aos membros da polícia metropolitana – controlada pelo prefeito, Alfredo Peña, um antichavista assumido – que se retirem dos locais onde há protestos devido ao descontentamento dos grupos governistas com as agressões que esses policiais cometeram contra alguns manifestantes nos últimos dias.
Em uma tentativa de impedir novos enfrentamentos, Chávez pôs nas ruas do centro e do oeste de Caracas cerca de mil guardas nacionais. De acordo com o ex-ministro do Interior Luis Miquilena a situação do país é "verdadeiramente
inquietante". Ele denunciou que
"bandos armados" vinculados ao governo estão tentando intimidar a Suprema Corte de Justiça e as demais instituições do país. Os distúrbios começaram quando desconhecidos atacaram com armas de fogo os policiais que tentavam dispersá-los da zona que foi bloqueada durante várias horas em protesto contra a decisão do tribunal.
Peña denunciou que manifestantes violentos "utilizam armas de guerra" contra a polícia metropolitana e solicitou o apoio dos demais organismos de segurança para restabelecer a ordem. O ministro do Interior e da Justiça, Diosdado Cabello, rejeitou a versão de que seguidores do governo estejam promovendo desordens. "Grupos bem planejados", disse Cabello, estão tentando "criar o caos". Cabello garantiu ainda que Chávez não pretende, por enquanto, declarar o estado de exceção para restabelecer a ordem em Caracas.
Elías Santana, líder da Coordenadora Democrática (aliança dos partidos de oposição venezuelana), no entanto, não tem dúvidas que Chávez pretende dar um autogolpe ou decretar estado de exceção.
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