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 | 02/08/2002 18h17min

Governo uruguaio confirma medida de congelamento bancário

Vice-presidente garante que bloqueio afetará somente depósitos a prazo fixo

O vice-presidente do Uruguai, Luis Hierro, confirmou nesta sexta-feira, 2 de agosto, que o governo pretende restringir a retirada de depósitos em bancos a partir de segunda-feira, quando está previsto o fim do feriado bancário. O congelamento, semelhante ao corralito, adotado na Argentina, deverá afetar os depósitos a prazo fixo em moeda estrangeira em alguns bancos. O governo, no entanto, depende do apoio político para aprovar a medida no Parlamento, porque não tem maioria.

As reservas monetárias do país recuaram de US$ 3,1 bilhões, no início do ano, para US$ 665 milhões, no último dia 29, situação que deixa o Uruguai à beira da moratória (suspensão de pagamentos).  A intenção era enviar o projeto de lei nesta sexta. No entanto, a reunião entre o ministro da Economia, Alejandro Atchugarry, e integrantes da Comissão de Fazenda do Legislativo foi adiada para este sábado pela manhã. Pelo projeto, os depósitos a prazo fixo em moeda estrangeira nos bancos estatais e duas instituições financeiras que sofreram intervenções por problemas de liquidez serão devolvidos num prazo máximo de três anos. Hierro disse que as restrições não afetarão as filiais de bancos internacionais no Uruguai, porque suas matrizes prometeram capitalizá-las. As instituições bancárias que devem ser afetadas são os estatais Banco Hipotecario e Banco República Oriental do Uruguai, além dos particulares Banco Galicia e Banco Montevideo-Caja Obreja.

– As contas correntes e poupanças com depósitos à vista estarão totalmente liberados " disse o vice-presidente.

Haverá restrição para depósitos a prazo fixo nos bancos públicos. Esses pagamentos serão adiados, mantidos em dólares e devolvidos com taxas de juros preferenciais. A aprovação do projeto é considerada uma condição para a liberação de ajuda do Fundo Monetário Internacional (FMI) e de outros organismos financeiros. Parlamentares governistas disseram que o Departamento do Tesouro dos Estados Unidos devem dar uma ajuda financeira de emergência ao país em uma operação intermediada pelo FMI, envolvendo US$ 1,5 bilhão.

 
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