O Fundo Monetário Internacional (FMI) informou nesta quinta, 1º de agosto, que está em conversações com o Brasil para estender o atual pacote de ajuda ao país até o final de 2003, mas não quis comentar se o país vai receber recursos adicionais da instituição.

O porta-voz do FMI, Tom Dawson, disse que qualquer acordo com o Brasil requer o que ele chamou de "um entendimento" de que os candidatos às eleições presidenciais vão manter políticas básicas acordadas em troca do dinheiro.

O acordo do país com o Fundo hoje em vigor foi implementado em setembro e previa-se que a maior parte dos US$ 16 bilhões fossem usados apenas como precaução. Mas com a situação bastante diferente agora e restando apenas US$ 1 bilhão, uma extensão do programa deverá ser acompanhada de dinheiro.

Os mercados financeiros têm estado nervosos nos últimos meses, com os investidores temerosos de que uma mudança de governo depois das eleições de outubro resulte no fim das atuais políticas macroeconômicas.

– Certamente há uma questão de certa urgência aqui – afirmou Dawson, sobre as conversações com a delegação brasileira em Washington.

Dawson acrescentou que qualquer extensão do programa do FMI com o Brasil irá requerer políticas vistas como confiáveis pelos turbulentos mercados financeiros e algumas políticas que tenham "uma probabilidade crível de serem implementadas" pelo novo governo.

– É natural que qualquer programa apoiado pelo Fundo precise de ter apoio político suficiente para ter chance de êxito – disse.

No Brasil, os candidatos de oposição que lideram as pesquisas eleitorais ressaltaram que viam um acordo com o Fundo como um desagradável último recurso, mas acenaram que estariam dispostos a conversar com o governo sobre um possível pacto com o FMI.

Uma missão negociadora do Brasil, chefiada pelo secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Amaury Bier, chegou aos Estados Unidos na quarta-feira para negociar um pacote com o FMI, visando resgatar o país da crise de confiança do investidor.