O Brasil envia nesta terça-feira, dia 30 de julho, à sede do Fundo Monetário Internacional (FMI), em Washington, uma nova missão chefiada pelo secretário-executivo do ministério da Fazenda, Amaury Bier. O objetivo é prosseguir as conversações já em andamento com o organismo.

Esta será a terceira vez que o governo de Fernando Henrique vai ao Fundo pedir dinheiro para tentar conter uma crise financeira. Os pedidos anteriores ocorreram em 1999 e neste ano.

A decisão foi tomada nesta segunda-feira, dia 29 de julho, ao final de um dia de pânico no mercado, quando o dólar subiu 5,70%, para R$ 3,185 - a maior alta desde 29 de janeiro de 1999, época da maxidesvalorização do real. O risco-país fechou em 2.164 pontos, em alta de 8,7%. Esse patamar já representa temor de calote brasileiro.

Entrevistas do ministro da Fazenda, Pedro Malan, na sexta-feira, e de seu colega norte-americano, Paul O'Neill, domingo, ajudaram a detonar a explosão desta segunda-feira no mercado, que esperava um sinal claro de Malan a respeito de novo acerto com o FMI. Nova entrevista desastrada do secretário do Tesouro dos Estados Unidos, ajudou a aumentar a tensão. O'Neill disse domingo que não ofereceria ajuda ao Brasil e Argentina em sua visita à América do Sul, de 5 a 7 de agosto.

O governo brasileiro reafirmou que não faltará apoio internacional ao Brasil neste momento em que o país negocia um novo acordo com o Fundo para reduzir as pressões sobre a economia às vésperas das eleições.