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O chefe da polícia de Buenos Aires, delegado Ricardo Degastaldi, renunciou nesta sexta-feira, 28 de junho, ao cargo. O subchefe da polícia, o delegado Edgardo Belltracchi, também pediu demissão. Os pedidos estão relacionados aos violentos confrontos entre policiais e manifestantes na região metropolitana da capital argentina, que provocaram a morte de dois jovens e deixaram mais de 90 feridos esta semana. Os manifestantes protestavam por emprego e comida. Dois policiais são acusados das mortes.
Perícia feita no corpo de Darío Santillán, um dos manifestantes mortos na estação Avellaneda, indica que ele foi ferido por "uma arma de fogo escopeta ou similar". O inspetor Alfredo Franchiotti é suspeito do disparo que provocou a morte de Santillán. Ele já foi ouvido pela Justiça e pode ter prisão decretada em até 24 horas.
Nesta sexta, o presidente argentino, Eduardo Duhalde, culpou a polícia pela violência nas ruas. Afirmou que "aparentemente novamente aqueles que devem estabelecer a ordem são o que realizaram esta caçada atroz". Disse ainda que a "vontade do governo é esclarecer [o episódio] o quanto antes" possível. A polícia usou gás lacrimogêneo e disparou balas de borracha à queima-roupa para dispersar os manifestantes, que reagiram com paus e pedras. Cerca de 160 pessoas foram presas.
Estes foram os primeiros protestos com mortes desde dezembro, quando uma onda de saques e manifestações violentas deixou um saldo de 29 mortos e acabou por derrubar o ex-presidente Fernando de la Rúa. O diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Horst Köhler, informou nesta sexta que a instituição "entrou em ativa negociação" com o governo argentino na análise de empréstimos. Köhler ressaltou, no entanto, que ainda falta ao governo obter das províncias a resolução de adotar o controle fiscal, o que deverá implicar em demissões de servidores públicos.
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