Nesta quarta-feira, 189 de junho, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decide se mantém ou altera a taxa Selic, de 18,5% ao ano. O comportamento da inflação é o principal fator considerado pelo Copom ao fixar o juro básico da economia. Segunda-feira, o presidente do Banco Central, Armínio Fraga, chegou a afirmar que nem a turbulência do mercado financeiro impediria um corte na taxa Selic, se confirmada a tendência de queda da inflação. Em entrevista ao jornal britânico Financial Times, afirmou que as metas de inflação podem ser administradas de maneira mais flexível, o que foi entendido pelo mercado como sinal de que a taxa Selic poderia ser reduzida.

Nesta terça, porém, Fraga admitiu que o objetivo de reduzir os juros reais (descontada a inflação) para menos de 10% ao ano só deverá ser alcançado no próximo governo. Atualmente, a taxa está em torno de 12%. Fraga disse que o nervosismo atual do mercado financeiro também deve ser analisado pelo Copom:

– Isso que vivemos nos últimos dias representa um grande exagero e com perseverança vamos superar essa situação.

O mercado ainda aposta na manutenção da taxa Selic pelo Copom. Um dos motivos para o conservadorismo do BC seria o efeito que o nervosismo do mercado pode ter sobre a inflação. A alta do dólar pode se traduzir em aumento de preços, o que colocaria em risco as metas do governo.