| 11/06/2002 21h55min
O PSDB catarinense não resistiu à pressão das lideranças nacionais e decidiu que vai repetir na disputa ao governo estadual a aliança firmada com o PMDB na corrida presidencial. A decisão muda completamente o cenário político para as eleições de outubro, pois coloca os tucanos, que passaram os últimos quatro anos na base aliada de Esperidião Amin (PPB), ao lado do principal adversário do governador: o candidato peemedebista ao Palácio Santa Catarina, Luiz Henrique da Silveira.
O desembarque do governo só deve ocorrer, porém, após a convenção estadual conjunta acertada entre tucanos e peemedebistas, programada para o dia 29, quando os primeiros deverão confirmar o indicativo tirado pela executiva estadual na tumultuada reunião que terminou no início da madrugada de terça-feira, 11. Até o final da semana, lideranças estaduais e nacionais dos dois partidos reúnem-se em Brasília para acertar detalhes da aliança estadual, que vai garantir o apoio dos peemedebistas catarinenses à indicação de Rita Camata (PMDB-ES) como vice do presidenciável tucano José Serra, na convenção nacional de sábado.
A decisão de romper com a Mais Santa Catarina, a coligação governista agora restrita a PPB e PFL, e de acertar a composição com o PMDB causou estragos, porém, no ninho tucano. Os mais inconformados são o presidente estadual da sigla, deputado federal Vicente Caropreso, o deputado estadual Jorginho Mello, e o único remanescente tucano no secretariado de Amin: Paulo Cezar Ramos de Oliveira (Justiça e Cidadania). Os três abandonaram a reunião da executiva, depois que os companheiros de partido não atenderam ao apelo feito por Caropreso que tinha o objetivo de adiar a decisão, sob a alegação de que ainda seria possível reverter o intuito da cúpula nacional de intervir no diretório estadual, caso a aliança com o PMDB não fosse confirmada.
– A decisão foi mal encaminhada, mas vamos fazer de tudo para evitar que o partido rache, porque sabemos o quanto custou construir o PSDB em Santa Catarina – afirmou Jorginho Mello.
Ramos de Oliveira, que também não reconhece a legitimidade do posicionamento adotado pela executiva, diz que só vai começar a pensar em entregar o cargo se a aliança com o PMDB for confirmada na convenção estadual.
Principal defensor da aliança com o PMDB dentro do PSDB, o prefeito de Joinville, Marco Tebaldi, que herdou o cargo de Luiz Henrique da Silveira, descartou, porém, a possibilidade de uma virada de mesa na convenção e disse mais:
– Nós do PSDB, por uma questão de ética e coerência, não vamos dar uma de PFL, que saiu do governo federal e ficou ocupando os cargos que tinha.
Nesta quarta-feira, os tucanos Leonel Pavan, Vicente Caropreso, Marco Tebaldi e Dalírio Beber vão à Brasília para reivindicar o apoio da cúpula nacional à campanha estadual.
ADRIANA BALDISSARELLI/DIÁRIO CATARINENSE
PSDB vai apoiar Luiz Henrique (C), principal adversário de Esperidião Amin no pleito 2002
Foto:
Caio Cezar
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DC
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