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BC tenta acalmar mercado, mas dólar bate novo recorde em 2002

O Banco Central (BC) atuou nesta quarta-feira, 6 de junho, na tentativa de acalmar o mercado financeiro. Quando o dólar atingia o valor máximo, de R$ 2,625 para venda na manhã, o BC realizou a troca de títulos atrelados ao dólar a prazos mais curtos. Apesar do recuo na cotação, a moeda norte-americana fechou em alta de 0,46% em relação a terça-feira. O dólar comercial foi cotado a R$ 2,607 para compra e a R$ 2,609 para venda, o maior valor neste ano. A elevação desde janeiro é de 12,65%. 

O risco-país brasileiro também subiu, pelo terceiro dia consecutivo acima de mil pontos. Fechou a 1.127 pontos, alta de 5,13%. Nesse ritmo de alta, o Risco Brasil ameaça ultrapassar o do Equador, o terceiro maior, com 1.235 pontos, atrás de Nigéria e Argentina. O indicador, medido pelo banco norte-americano de investimentos JP Morgan, reflete a desconfiança do investidor estrangeiro em relação à capacidade de um país honrar suas dívidas. Um risco-país de 1.127 indica que o mercado exige 11,27 pontos percentuais a mais de juros dos papéis brasileiros do que pagam os títulos dos Estados Unidos, considerados os mais seguros.

O BC trocou R$ 10,9 bilhões em títulos pós-fixados do Tesouro Nacional com vencimento em 2004, 2005 e 2006 por papéis com vencimento em março de 2003. Também aceitou contratos de swap cambial vincendos em 2004 por outros com resgate no próximo ano. As operações ajudaram a acalmar os ânimos do mercados, não o prazo da dívida mobiliária do BC ficou menor.

A deterioração do risco-país e a desvalorização cambial, no entanto, não devem impedir que o Banco Central opte pelo corte na taxa básica de juros na próxima reunião do Comitê de Política Monetária, dias 18 e 19, disse o economista sênior do BBV Banco, Fábio Akira. Na segunda-feira, o presidente do BC, Armínio Fraga, classificou como transitório o atual stress com a crise das Letras Financeiras do Tesouro (LFTs) e reafirmou que os juros vão cair se a inflação mantiver trajetória de queda.

Um dos índices de inflação apurados na capital paulista, do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos (Dieese), parece dar fôlego a essa constatação. O Dieese divulgou ontem que o Índice do Custo de Vida (ICV) fechou o mês de maio com uma variação de 0,10%, o que representa redução de 0,64 ponto porcentual em relação ao 0,74% registrado em abril. Outro fator importante é que o preço do petróleo está em queda no mundo.


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